Writing, Flying and Huevos Revueltos

December 21, 2005

Dor de Parto I

by K.S. Design

Eu estava olhando o site Amigas do Parto, e li este artigo sobre a dor do parto. Aí eu me lembrei de algo muito interessante que eu aprendi durante o parto de minha filha única. Mas para começar, é importante dizer como começou tudo.
Bom, era sete horas da manhã quando as dores começaram, e eu fui acordando com aquela pontada muito aguda na região da bexiga. Foi uma dor muito forte mas parou logo, foi realmente só uma pontada p/ me acordar. Eu sabia que eram as tais dores de parto que começavam 2 dias antes da data sugerida pela minha médica. Os cálculos, em todo caso, estavam exatos pois ela nasceria num dia 5 ao invés de um dia 7 (diferença mínima...).

Algum tempo depois, foi começando uma dorzinha aqui, parava, e uma dorzinha ali, e recomeçava. Mas não era mais aguda não, parecia cólica, mas fraquinha. Só que levava um tempo p/ recomeçar, e foi assim durante uma boa parte do dia, diminuindo o tempo entre as tais cólicas, que eram de verdade as famosas contrações. A dor só ficou forte mesmo depois de 6 horas da tarde. Antes disso, eu aguentava numa boa, andando sempre de um lado p/ outro dentro de casa, tomando chá de framboeza, que a parteira me aconselhou p/ ajudar no trabalho. Já faziam 2 dias que eu estava com uma energia monstro, e a única forma de canalizar esta energia nesta hora de dor e espera era andar dentro do apartamento, que eu fechei à chaves. E avisei à meu marido p/ não atender o telephone e só ligar p/ o hospital quando eu lhe desse o sinal vermelho.

No parto, eu comecei a me transformar num animal. De verdade, esta transformação já tinha começado antes do quinto mês de gestação, mas tão selvagem que eu não conseguia entender nem identificar. Antes do quinto mês, eu estava frequentemente com uma náusea insuportável e com um sono insaciável. Minhas náuseas eram tão fortes e frequentes que comecei a constatar que a causa era não somente os odores que eu sentia, mas os odores que eu pressentia. Uma vez andando na rua, cruzei com um homem na calçada, um homem muito bem vestido, aparentemente limpo, terno e gravata, carregando uma pasta. O bairro era de classe media alta e o lugar anode estávamos era frequentado por homens de negócios. No exato momento em que este homem passou do meu lado, eu virei p/ o outro lado para vomitar. Foi incontrolável. Ele exalava um odor tão terrível que de longe eu já tinha dedectado a sua presença e ficava tentando controlar meu impulso de vomitar e correr.

Uma das primeiras mudanças que percebi, logo no início da gravidez, foi a sensação de ter um radar com o qual eu estudava continuamente o meu meio-ambiente. Eu funcionava como se este radar me guiasse, e no meio da rua, eu era sempre rápida, lançando olhares rápidos à minha volta, e mesmo quando eu não olhava, minha atenção estava total e em vários lugares ao mesmo tempo, dedectando todos os gestos e intenções da multidão. Mesmo se as pessoas sempre me percebiam como alguém muito calma e tranquila, existia um computador potente na minha cabeça, ou na minha barriga, trabalhando ao máximo e sem nenhum esforço, estudando tudo ao meu redor.

Esta sensação só ficou mais evidente, como eu disse, depois do quinto mês, porque parei de dormir tanto, as náuseas desapareceram e eu me sentia bem melhor. Eu tinha uma energia enorme. Ter náuseas intermitentes durante cinco meses foi uma experiência difícil, mas depois disso, eu me transformei num ser forte e invencível, pronto à atacar ou fugir ao mínimo sinal de perigo, mas sem alguma violência, sem algum estress. Eu estava totalmente centada e muito segura de mim mesma, sabendo exatamente aonde meus pés pisavam, eu "farejava" os lugares e pessoas.

Mas, na época, eu ignorava tudo isso. Foram mudanças que, mesmo se não passaram despercebidas no momento, eu nunca realmente questionei. Mas durante o parto me aconteceu essa experiência que eu vou contar aqui, e foi depois dela, com o passar do tempo, relembrando esta experiência, que eu comecei à corrrelacionar as coisas e identificar claramente, e p/ mim mesma, estas mudanças que agora estou relatando.

Acho que todas as mulheres passam por isso. Mas eu estava numa situação relativamente isolada, sem amigos ou familiares por perto, ocupada com meus estudos – o que me impedia de estar frequentemente com outras pessoas com exceção das pessoas na universidade, sem contar que os amigos da minha própria cultura eram homens, e homens não se interessam muito por mudanças na vida de mulheres grávidas – e o fato de eu estar me adaptando com a cultura canadense era um ponto importante. Estar assim isolada não me incomodava nem um pouco, muito pelo contrário, eu realmente usurfruia deste tempo para direcionar toda a minha atenção na observação desta transformação, sem explicações alheias para deturpar minhas observações. O que me ajudou realmente foi meu senso de independência. Eu sempre me surpreendo com pessoas que têm a necessidade da opinião dos outros pois embora muito sociável – adoro conversas e papos furados no meio da rua, num café, saber como estão indo, o que estão fazendo, etc -, mas sou muito introspectiva também. Preciso estar comigo mesma, no silêncio. Gosto de observar as coisas. E estar grávida p/ mim era algo tão natural, e ao mesmo tempo tão íntimo, que eu realmente nunca tive a necessidade de compartilhar, no momento em que acontecia, porque minha atenção estava em observar. Eu observava, simplesmente, sem analizar, ou querer respostas. Hoje em dia é diferente. Eu já analizei, tenho respostas e vontade de compartilhar esta experiência.


Tenho um amiga que já me confessou ‘várias vezes’ que a vontade de ficar grávida só lhe veio depois que ela me conheceu grávida, pois eu não andava e nem funcionava como as outras grávidas que ela estava acostumada à ver (hoje, o filho dela é um ano mais jovem que minha filha, e ela é a minha melhor amiga aqui). Isso porque em Montreal, não sei exatamente a razão, a maioria das grávidas têm um ar de doentes e andam com dificuldades, mesmo nos primeiros meses de gravidez, e mesmo as mais jovens. A sociedade trata a mulher grávida como doente, como alguém que está sempre precisando de cuidados, dependente, acho mesmo que como uma pedra no sapato. Não quero radicalizar, mas olhando algumas mulheres grávidas eu tenho a sensação que elas mesmas transmitem esta sensação. Acho que deve ser psicológico! A grande maioria anda como se tivessem um peso enorme na barriga! Coisa que parece ser normal nos últimos meses de gravidez, mas nem isso eu tive pois mesmo dois dias antes de ter o meu bebê, eu ainda ia frequentemente na Escola Politécnica, aonde trabalhava meu marido, e subia aquela escadaria enorme sem alguma dificuldade. Nesta época eu frequentava a universidade, e minhas colegas me diziam frequentemente que a gravidez me ia muito bem, e que elas nunca tinham visto uma grávida se sentir tão bem no seu corpo. Eu sabia que era sincero pelo olhar de admiração delas. Eu fiquei grávida um ano depois de ter chegado aqui, talvez não tenha tido tempo de ser invadida por esta percepção da sociedade. Talvez. Eu realmente não tenho resposta p/ isso, mas me lembro de ver no Brasil muitas mulheres grávidas como eu neste período. Lembro-me que na semana do meu parto, indo p/ a universidade de metrô, eu e outra mulher éramos as únicas de pé dentro do trem. Ela fez um escândalo, xingando todos presentes porque eles viam que eu estava grávida, carregando peso, e ninguém tinha tido a educação de me oferecer uma cadeira. Eu me surpreendi com duas coisa; primeiro, que uma canadense tenha reagido face à isso e segundo, porque, com toda sinceridade, não tinha percebido a situação! Na maioria das vezes, eu não pensava na minha gravidez, e não me via barriguda nem frágil. Embora ela tivesse totalmente razão sobre a falta de educação do povo neste caso, mas isso faz parte da cultura daqui (eu não me incomodo tanto, não à ponto de me revoltar, porque sei que é cultural e a minha revolta face à isso não vai mudar as coisas. Embora reconheça que com um pouquinho de empatia, individualmente falando, este tipo de comportamento social poderia ser extirpado. O que eu faço é dar o exemplo de civilidade oferecendo meu lugar para os mais velhos, para os doentes, para crianças e para as grávidas; usando sempre as palavras mágicas “obrigada” e “por favor” e abrindo portas para os que passam, segurando portas depois que eu passo, etc. mas a maioria não compreende mesmo. Como se diz lá no interior da Bahia, fazê o quê, Santo Deus?! A astúcia é sempre ficar atento p/ não levar literalmente uma “portada“ na cara).

Até o sétimo mês de gravidez eu recebia cantadas por parte de muitos estudantes bem mais jovens do que eu, e que aparentemente não tinham sacado que eu estava grávida. Recebi cantadas descaradas, o que não acontecia antes da gravidez. Eu ficava realmente sem saber o que pensar, talvez tenha sido meus seios que ficaram enormes, não sei. Isso p/ mim foi um outro mistério. Embora eu não tenha engordado muito, eu estava mais cheiinha e barrigudinha. Mas, antes de tudo, eu estava felicíssima. Ficar grávida, foi um presente enorme que a vida me deu. Talvez teha sido o furor de viver que me envadiu.


A possível transmutação da dor durante o parto

Eu teria que ter um outro filho para me certificar disso e passer por um outro parto. Mas a experiência poderá servir à muitas futures mães de todas as idades, e mesmo àquelas que não se interessam a ser mães - o que é natural porque as mulheres não deveriam ser mães só porque têm orgãos que servem para se reproduzir-. Acho que é uma decisão estritamente individual, e não cabe à um governo e nem à um indivíduo outro que a própria mulher, pois se trata de seu corpo, de ter uma opinião ou decidir. Para algumas mulheres e em certos períodos de suas vidas, como foi para mim, a experiência de ser mãe é algo que elas desejam muito conhecer. E o que eu descobri é que existe em mim uma força que se revelou durante o parto, mas que já estava presente durante a gravidez, e esta força tinha um instinto tão forte e conectado com o mundo ao redor e com meu corpo, que eu compreendi intuitivamente a forma de ultrapassar a dor do parto.



- - - - - - - - - - - -- terminarei este texto no próximo post.- - - - - - - - - - - - - - - -

December 08, 2005

Luiza, mon arrière grande-mère


Luiza Josephina da Cunha

Luiza Josephina da Cunha et famille.

Ma grand-mère maternelle, Milota, est la petite fille derrière son père, Antônio Rodrigues. Elle avait 4 ans dans la photo et était jumelle avec l’autre petite du coté gauche, Marieta. Mais, elle était plus mince que l'autre, un peu malade, un regard triste. Toutes les deux se sont mariées avec des cousins et en plus, des frères!

Elle, ma grande mère, s'appelait Claudemira Anivalda da Cunha, mais tout le monde l'appelait Milota. Et elle avait mes jambes croches, mes genoux en X. Ou plutôt, c'est moi qui a ses genoux!

Leur mère, mon arrière grande-mère Luiza, avait 35 ans lorsque mon arrière-grand père Antônio est décédé. Ils ont eu 8 enfants. Lui et la petite Donana -avec un parapluie- , seraient décédés de la grippe espagnole un peu après cette photo.

Le bébé, à côté de sa mère, est l'oncle "Zeca". Lorsque j’étais petite, il était le seul vivant des oncles maternels de ma mère. Je me souviens de sa silhouette immense, élancée, dégingandée et rouge (tellement blanc, qu’il était rouge tout le temps), avec son grand chapeau marchant sur les champs de canne à sucre. Il avait une charrette avec un cheval et je crois qu’il a été l’une des dernières personnes à encore utiliser ce moyen de transport.
Après son décès, c’est sa femme, Ignês, qui a hérité de la charrette, du cheval et de ses terres. Il n’a pas eu d’enfants et sa femme était beaucoup plus jeune que lui, mais elle n’a pas survécue longtemps après.
Il m’a toujours fait penser à l’un de mes frères qu'avait le même air coquin. Il se rassemblait à Max Von Sydow dans Pelle le conquérant. Et même dans Le Septième Sceau. J’ai toujours regardé ce filme, depuis mon adolescente, en pensant à lui. Il avait un coté timide que même un enfant comme moi pouvais percevoir. Je pense qu’une grande partie de ses rougeurs venaient de cette timidité.
La photo est de 1898. Je ne me souviens pas de la date du décès de l'oncle Zeca, mais j’étais encore enfant. À sa mort, il devrait avoir 80 ans environ, mais pour divers raisons, je ne l’ai jamais oublié. Je l’aimais, peut-être à cause de ce coté enfantin de qui ne sait pas où mettre ses mains et qui regarde par terre sans avoir le courage de regarder dans les yeux du monde, parce qu’il a tellement d’émotion dans ses propres yeux que ne sait pas quoi faire pour la cacher, ni s’exposer, ni rester à merci des autres qui seront face à face avec tout cet amour caché dans le cœur. Et il, pour se protéger, cachait des sourires timides comme s’il était resté un ‘tit gars sans personne pour prendre soin.
Je pense que je l’aimais surtout parce que je le voyais comme un autre enfant, comme l’un des nôtres. Je crois que, à notre présence, il avait vraiment l’envie de se débarrasser de ses outils et aller courir avec nous dans les champs de canne à sucre.

Umbelina Josephina da Cunha


La mère de mon arrière grand-père Elóy, la belle Umbelina Josephina da Cunha, était aussi la mère de mon arrière grande-mère Luiza, de la photo en haut. La fille de Luiza s'est mariée avec le fils de Elóy.

Umbelina était tellement belle, tellement fragile, e pourtant elle avait presque 100 ans dans cette photo! Très forte, la belle Umbelina! La photo est de décembre 1898. Elle l’a dédiée à son fils, mon grand-père, dans une calligraphie ornementée que remplissait de beauté les mots d’estime et respect: « À mon fils aimé, je dédie cette photo en signe d’amour et affection. »

Je me souviens que nous avons appris avec eux, les anciens, des belles formules de correspondance, en lisant les nombreuses lettres, surtout celles de ma grand-mère Milota, la petite fille de 4 ans de la photo en haut.
Les lettres de Milota commençaient dans des termes qui se rassemblaient à… « En espérant que celle-ci (la lettre) vous trouve en bonne santé et harmonie… »
Et se terminaient généralement par… « Je vous souhait à vous mon aimé (aimée, adorée, etc.), et à votre famille, tous les bonheurs, en attendant de vous nouvelles. Avec mon respect, de votre …. ».

Mon grand-père, surtout, avait des beaux mots remplis de tendresse, surtout pour sa femme, e surtout à la naissance d’un nouvel enfant. Il la trouvait fragile et il l’aimait beaucoup, et il ne pouvait pas vivre sans elle. " Milota doit accoucher ces jours-ci... elle est tellement fragile, j'ai peur... "
"Un très beau enfant est né aujpurd'hui, jour de saint.... Milota se porte bien, grâces à Dieu."
Il racontait que depuis d'avoir vu les chevilles de son aimée par accident, il a décidé tout de suite qu’elle serait sa femme puisque c’étaient les chevilles les plus fines et délicats qu’il avait déjà vues. Selon lui, des chevilles fines étaient signe d’un bon caractère. E il l’a demandé en mariage! Ils étaient cousins, d’ailleurs, comme la plupart des couples dans la famille.

La belle Umbelina s'est aussi mariée à l’un de ses cousins. Ses enfants aussi se sont mariés, la plupart, avec des cousins. Alors, la famille est restée avec les noms « da Cunha », « de Oliveira », « Rodrigues », « de Mello », « de Paula ».
Mais, ils se sont toujours considérés les « de Oliveira ».

December 05, 2005

Campagne 16 Jours d'activisme contre la violence faite aux femmes

Um groupe de femmes « bloggeuses » brésiliennes - dont moi avec une série de post en portugais - a décidée de parler de la violence sexiste pour marquer la Campagne 16 Jours d'activisme contre la violence faite aux femmes. Et il y a encore tellement de choses à dire! Des choses à dire aussi de certains messages sournoises pouvant dénigrer l’auto estime des jeunes filles.


En 1999, l'Assemblée générale des Nations Unies a adopté une résolution qui a proclamé le 25 novembre[1], Journée internationale pour l'élimination de la violence à l'égard des femmes. Ce jour a également marqué le début de la campagne 16 Jours d'activisme contre la violence faite aux femmes. La campagne 16 Jours se termine le 10 décembre, Journée internationale des droits de l'homme. Non seulement elle établit un lien direct entre la violence à l'égard des femmes et les droits de la personne, mais elle intègre aussi deux autres dates marquantes : la Journée mondiale du sida, le 1er décembre, et la Journée nationale [canadienne] de commémoration et d'action contre la violence faite aux femmes, le 6 décembre, date du massacre de la Polytechnique, en 1989.

[1] Le 25 novembre avait déjà été choisi en 1981 par des femmes d'Amérique latine en mémoire des sœurs Mirabal, brutalement assassinées en 1960 en République dominicaine, à cause de leur militantisme politique. Surnommées « les Papillons », elles sont devenues un symbole de la vague de violence contre les femmes en Amérique latine.

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Kotex et l’image négative des caractéristiques féminines

Or, justement, il y a des publicités télévisées d’un absorbent hygiénique, Kotex. Visiblement voués à un public d’adolescentes, ces publicités passent clairement le message que la menstruation est quelque chose négative.

Visuellement attrayante, d’un design « cool » et contemporain, la publicité télévisée de kotex a un cachet branché, une empreinte esthétique attirante et habilement crée pour séduire et bien passer le message. La voix du personnage est celui d’une fille tout jeune, préadolescente même, ou à la limite, adolescente. Branchée, cool, moderne, remplie d’amis, elle est tout ce que toute jeune fille veut être. Mais, le personnage dit distinctement que la menstruation est dégoûtante ou dérangeant !

J’ai une fille de 16 ans qui est venue me dire qu’elle aimerait prendre une injection pour arrêter ses menstruations!!! Je ne peux pas affirmer que cette idée est liée directement a kotex, mais je suis sur que ces publicités ont une influence négative sur l’image qu’elle et ses amies, et toute autre fille se font d’elles mêmes.

Or, la menstruation est l’une des choses que distingue une fille d’un gars, et justement, est vers cet âge, 11 et 14 ans, que la plupart des filles ont leurs premières menstruations! Et nous sommes fragiles à cet âge, particulièrement dans cette période. Imaginez, commencer la vie de femme avec cette image si négative de soi-même?

Il faut que les jeunes filles sachent que la menstruation n’est pas négative, elles doivent apprendre à valoriser leurs corps et leurs différences biologiques. Mais, comment faire si ce genre de publicité est ouvertement permis?

Dans cette période marquée par le souvenir de la nécessité de luter contre le sexisme, il faut que je me renseigne au sujet de dire non à ce genre de publicité.

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Liens

November 30, 2005

Wikipedia:Why Wikipedia is not so great ?

November 27, 2005

Comentário à uma parte da reflexão da Pat

Não creio que homens e mulheres sejam fundamentalmente diferentes. O ser humano tem comportamento muito idêntico em determinados contextos e o contexto aonde um ser é considerado inferior gera sempre um desequilíbrio cujo efeito dominó cresce à ponto que a raiz do problema é ignorada. Estou dizendo isso para explicar que eu não tenho certeza que, se as mulheres tivessem vivido num mundo aonde elas se acreditassem superiores depois de séculos -com todo espaço para abusos que essa mentalidade permite-, elas também não seriam agressoras.

Acho que existe também muita fúria nas mulheres, mas que toma uma forma de auto-destruição (?)... sera que é verdade? Algo me incomoda nisso, eu acho que nao é tao simples; existem também mulheres brutais (estar em estado considerado inferior e ser tratada como tal é totalmente destruidor).

Quero dizer também que não acredito que a raça humana seja formada de duas raças. Existem, e muito, homens maravilhosos, tranquilos, compreensivos, com uma forte dose de humanismo. Mas sou totalmente de acordo que toda escravagem é uma doença infecta, e as mulheres a maior parte da historia da humanidade tal como a conhecemos, em estado de submissao, em diferentes graus segundo épocas e sociedades. Por isso posso desculpar certos atos cometidos em estado de escravagem porque foram a forma do indivíduo oprimido sobreviver.

Acho que virilidade pode existir tanto em homens quanto em mulheres, assim como um homem pode também ser feminino sem ser homosexual. Conheci mulheres forte e homens cheios de ternura e dengo, homosexuais ou heteros. Eu acho que não existe esse negócio de catalogar os sexos dando características próprias como se fosse uma peculiaridade; o ser humano é complexo. Mas gosto de dizer: um ser considerado inferior cria uma forma de escravagem e a escravagem é uma doença, no final das contas tanto para o “senhor” quanto para o ‘escravo’.

Acho que todo mundo pode ser seduzido pela virilidade, não só a masculina.  Admiro a virilidade e a feminilidade, gosto de gente dengosa, sedutora e feminina tanto quanto pessoas virils. Tenho um amigo que é só ternura. Sempre foi. Ele não é gay, mas é de um dengo tão gostoso que me dá um prazer muito grande de vê-lo, de ouvir sua voz, seus gestos. E ele tem uma lista interminável de mulheres apaixonadas fazendo a fila na sua porta, embora seja bem casado e um cara bem honesto.

A deusa Atenas é uma das minhas figuras mitológicas preferidas, como é também Marte, deus da guerra. Segundo a astrologia, eu tenho a Lua na primeira casa e parece que isso em astrologia diz que tenho o espírito guerreiro, e eu adoro essa coisa! E muito embora eu nao goste de lutas. Mas sou atraída pelo espírito desbravador, que aspira conquistas do que é novo e desconhecido. Acho que quando somos atraídos pela virilidade é por estas qualidades que somos atraídos. Entao, quando a gente fala em viril, ja imagina uma barba! Quem disse que mulher nao poe ser viril e feminina? Essa idéia subentende de forma rampante e escondida que uma pessoa que tem característica feminina não pode ser empreendedora, dinâmica, forte, guerreira, desbravadora, independente, creativa, etc e tal.  Papo furado! e o primeiro passo para nós que pedimos igualdade é começar a parar de acreditar nisso.

Uma mulher pode ser feminina, dengosa, cheia de ternura e ter todas estas qualidades. Como um homem também.
Depende saber o que é realmente o tal do poder feminino. Seria realmente a essência da alma das mulheres? Esta essência seria superior à essência masculina? Existe realmente uma essência masculina ou feminina? Não sei, mas isso iria contra a minha crença/ esperança de que o ser humano possa um dia viver num mundo egalitário. Egalitário e sem pretensão à uma superioridade qualquer de um ou outro indivíduo, mesmo se referindo aos animais.  Por isso concordo que a idolatria do masculino freia a evolução da raça humana, em todos os sentidos. Toda idolatria é involução, mesmo de um pretenso poder feminino superior.

Acho que o problema é o desconhecimento, o medo, a falta de compaixão, a falta de empatia. Certas pessoas, frutos do medo, cultivam a ignorância machista por ter virado escravos de seus próprios mecanismos de defesa; eles nao podem pensar porque estao ocupados em se defender. Acho que, em pequenas ou grandes doses, existe um machismo na grande maioria das pessoas, por simples falta de interesse. Nao tem nada complicado, mas tem muita falta de interesse.

A sociedade humana é aleijada e não só de uma parte, mas das duas, porque são as mulheres que vivem mais intimamente com as crianças. E estas crianças aprendem, antes de tudo por mimetismo, a considerar o ser que lhes deu vida, e na maioria dos casos o ser que deu amor em primeiro lugar, como um ser inferior. Quer dizer, a sua matriz é doente e imperfeita! Logo, vc será pior do que ela porque um simples produto de toda esta imperfeição. É claro, isso está na maioria das vezes inconsciente e sorrateiro, mas de forma sutil toda a nossa cultura envia esta mensagem diariamente e automaticamente.

Com o passar dos séculos, a mulher foi ficando mais forte, tanto biologicamente como psicologicamente, por causa desta luta constante. Ela aprendeu a sobreviver num meio hostil. Mas a humanidade desconhece o que é uma verdadeira mulher, como a humanidade desconhece o que é um verdadeiro homem. Quer dizer, um ser com todas as sua capacidades livres e autônomas, de se exprimir e viver livremente, de construir, de criar, de amar. Simplesmente porque as mulheres nunca puderam se expressar na maioria das sociedades e diferentes épocas da história humana. A verdadeira mulher está nascendo agora, tranquilamente. E se deus quizer, o verdadeiro homem nascerá junto com ela.


Para ele, as responsáveis da tragédia da sua vida, eram as mulheres, e pior ainda, as feministas

O texto bem mais à baixo, eu tinha escrito à partir de leituras e reflexões sobre a tragédia que aconteceu em 06 de dezembro de 1989 na Escola Politécnica de Montreal. Nesta data, eu estava na frente da televisão amamentando a minha filha quando quase morri de susto - meu marido era professor na Politécnica e ainda não tinha chegado em casa-. Eu assisti o drama, praticamente ao vivo, pela televisão. Só que ninguém entendia ainda que era um crime sexista, o número e a identidade das vítimas sendo ainda ignorados.
Semana passada soube da "Campanha de 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, criada pelo Centro Global para a Liderança da Mulher em 1991 e que inclui um conjunto de ações e manifestações públicas pelo fim da violência contra as mulheres. A data começa em 25 de novembro, dia proclamado pelas Nações Unidas como Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher. O período também inclui outras datas significativas como o 6 de Dezembro, que marca o aniversário do Massacre de Montreal.
Lembrei-me que no Canadá, depois do massacre da Politécnica, 06 de dezembro foi escolhido para fortalecer a luta contraa violência sexista. Então decidi traduzir o texto p/ o francês e postar no dia 06. Mas aí a Pat deixou um comentário no meu blog sobre o meu post do dia 25, e eu fui lá dar uma olhada no blog dela e encontrei este texto que traduz uma das coisas que eu queria dizer enquanto escrevia. Então decidi de colocar o meu texto aí em baixo em português, e que é uma parte da minha opinião sobre certos atos sexistas masculinos.
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Depois dos anos 60, as mulheres do estado do Quebeque, no Canadá, têm ocupado importantes cargos profissionais e estudos em áreas tradicionalmente ocupadas por homens. Nas décadas de 70 e 80, houve um aumento considerável do número de mulheres inscritas na Escola Politécnica, o núcleo de engenharia da Universidade de Montréal. Infelizmente, alguns homens se sentiram prejudicados com os novos papéis e oportunidades que as mulheres conseguiram alcançar em todos estes anos. Um destes homens era Marc Lépine, um rapaz de 25 anos com uma história de violência familiar na qual ele e sua mãe eram as vítimas do pai.

Lépine tinha procurado se juntar às forças armadas canadenses, mas foi rejeitado. Tinha estudado também para a admissão na Escola Politécnica, mas não foi aceito -- responsabilizando as políticas de ações positivas promovidas por feministas e simpatizantes. No dia 6 de dezembro de 1989, ele entrou na Politécnica e matou 14 mulheres jovens, e feriu gravemente 13 outras. Todas estudantes em engenharia. Depois, ele se matou, deixando uma nota de suicídio na qual constava uma virulenta mostra de seu ódio às mulheres.

De fato, ele não odiava as mulheres, mas detestava a idéia que elas estivessem deixando de ser, na vida real, o que ele esperava que elas fossem. Desiludido com todo o espaço que elas estavam ocupando na sociedade, furioso porque elas não podiam mais corresponder com a imagem que ele tinha se fabricado do que “deveria ser uma mulher”.

Lépine, com este ato, radicalizou o comportamento controlador de alguns homens que se sentem ameaçados pelas realizações femininas e cujos atos descrevem exatamente o que Lépine sentia : ódio. Ódio porque eles estão perdendo o contrôle sobre a vida e o destino delas, não só das “suas” mulheres, mas das mulheres de forma geral. E quando eles não as matam, eles usam e abusam de toda forma de violência, mesmo as mais sutis, para tentar reter este contrôle.

O problema é que este tipo de homem aprendeu à ocupar um espaço social e existencial em função do contrôle que ele indiretamente tem sobre as mulheres. O verdadeiro contrôle se dá através dos jogos de poder resultantes da imagem de hegemonia que o elemento masculino alimenta dentro da sociedade, e que tem como resultado o reconhecimento social desta desigualdade, à saber, a pretendida superioridade masculina.
Ora, um belo dia este protótipo de homem acorda e descobre que a coisa não se passa mais assim. Ele começa a ficar nervoso e desamparado. Para acalmá-lo, as mulheres têm que mostrar submissão face ao pretenso poder superior de sua masculinidade.

Reconhecer que uma mulher é mais inteligente e capaz do que ele se julga, se transforma em algo terrível, e ele perde totalmente todo senso de identidade. Pior ainda é reconhecer que este ser que a sociedade deveria julgar inferior, segundo suas crenças, reussiu lá aonde ele não conseguiu. Aí, ele se sente pior que um vira-lata. Mas, é claro, a tragédia de Lépine é mais complicada porque tem o agravante da violência que ele e a mãe já sofriam do pai.

November 25, 2005

A Violência contra as Mulheres


Estudos em diversos países mostram que de 25 % à mais de 50 % das mulheres contam ter sido abusadas fisicamente por um compaheiro. A maioria foi vítima de abuso emocional e psicológico.

O abuso sexual é não somente comum mas difundido na maioria dos países. No Canadá, um estudo feito em 1993, baseado nos relatos de 420 mulheres aleatoriamente selecionadas, revelou que mais de 54 % delas tinham sofrido uma experiência sexual não desejada ou intrusiva antes de 16 anos; 51 % foram vítimas de violência sexual ou tentativa. Em 25 % dos casos, as mulheres violentadas fisicamente foram explicitamente ameaçadas de morte.

Nas Ilhas Barbadas, 1 mulher sobre 3, e 1 à 2 homens sobre 100, contam terem sidos sexualmente abusados durante a infância ou adolescence. No Peru, um estudo revelou que 90 % das jovens mães de 12 à 16 e pacientes de um hospital, foram violentadas pelo pai, por um padrasto ou por um próximo. Na Costa-Rica, 95 % das pacientes grávidas de um hospital, menores de 15 anos, foram vítimas de incesto.

Na India, onde a prática do "bride burning" é um costume tradicional, os registros oficiais da polícia mostram que 4.835 mulheres foram assassinadas em 1990 porque suas famílias não puderam dar o dinheiro do dote. Na região de Bombaim, 1 em cada 5 mortes de mulheres entre 15 e 44 anos foi considerado "morte acidental por queimadural".

A maior parte dos casos de violências contra mulheres acontece geralmente em seus próprios lares e os violentadores são homens conhecidos por elas. No Canadá, 62 % das mulheres assassinadas em 1987 morreu nas mãos de seus maridos. A violência durante a gravidez foi apontada como a causa principal de abortos e o baixo peso dos recém nascidos. Na Cidade do México, um estudo revelou que entre 342 mulheres aleatoriamente escolhidas, 20 % delas tinham sofrido golpes no estômago dos companheiros, durante a gravidez. Na Costa-Rica, um estudo realizado com 80 mulheres agredidas por seus companheiros mostrou que 49 % delas foram agredidas durante a gravidez e 7.5 % sofreram abortos em consequência destas agressões.

* Estes dados foram extraídos de um documento entitulado Violence Against Women, deste site aqui, de janeiro de 1995, tirado por sua vez de um documento do U.N. Division for the Advancement of Women (sem data no site).

Pela eliminação da violência contra as mulheres


No Canadá, 6 de dezembro foi oficialmente instituído o dia para lembrar e combater a violência feita às mulheres. Este dia marca o aniversário da morte de 14 jovens, assassinadas na Escola Politécnica de Montreal, em 1989. Elas foram assassinadas pela única razão de serem mulheres. E também por terem sido aceitas em uma escola aonde o assassino foi barrado, e decidiu se vingar nas jovens que, segundo ele, tinham previlégios demais'.
A gente chega logo à conclusão, através da mídia, que esta violência é um fenômeno global e contra mulheres de todas as idades, que são ou foram violentadas, mutiladas e assassinadas. A violência sexista é tolerada em inúmeras sociedades com bases na crença que uma mulher é geralmente a propriedade de seu marido, pai ou irmãos. E esta violência é aceita, se não oficialmente mas tradicionalmente, e coberta frequentemente pela comunidade.
A edição brasileira da revista Marie Claire cita que no Brasil, a cada 15 segundos, uma mulher sofre algum tipo de agressão. Em compensação, essa mesma mulher leva de 10 a 15 anos para denunciar o seu algoz, acuada por medo, vergonha ou seja lá o que for. Subjugada à vontade masculina ou mutilada em nome de costumes milenares, estima-se que sete em cada dez mulheres vítimas de homicídio em todo o mundo foram assassinadas por seus companheiros.
Mas eu não posso deixar de pensar na violência contra as crianças e jovens, quando penso na violência contra as mulheres. Para mim, são atos intimamente correlacionados.

Alguns dados:
70% das mulheres vítimas de assassinato, no mundo, foram mortas por seus próprios maridos.
7 milhões de brasileiras acima de 15 anos de idade já foram agredidas pelo menos uma vez.
1 bilhão de mulheres do mundo, ou 1 em cada 3, já foram estupradas, espancadas ou sofreram algum outro tipo de violência.
A iniciativa desta blogagem foi de Denise Arcoverde, neste site aqui, aonde tem uma lista de vários outros sites que tratam do mesmo tema.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O meu pensamento para as mulheres (e a violência que a muitas de nós teve ou tem que aturar), vai na forma deste conto:
Pássaros vorazes*
por k.s.


Conheci uma senhora cujas palavras fluíam fáceis e insólitas. Ela acreditava que certas mulheres são capazes de voar durante a noite, metamorfoseando-se em vorazes pássaros noturnos. Seduzida pela eloquência e teatralidade de suas próprias palavras, ela acrescentava eufórica a opinião que tais pássaros noturnos não são apenas mulheres velhas, e que todas são, finalmente, mulheres fatais.

Olhar imperturbável, ela me disse que o vôo noturno é uma característica das "bondosas damas", acrescentando com uma voz trovejante: "Pássaros vorazes de cabeça desmesurada, olhos fixos, bico afiado para a rapina, plumas brancas e garras tortas. Estes pássaros, sejam eles o fruto de uma reprodução entre sua própria raça, criados por um encanto infernal ou ainda, sejam sómente velhas senhoras metamorfoseadas, nós os reconhecemos sempre pelos gritos estridente com que amedrontam as noites . "

De resto, ela me revelou ter ouvido isso em algum lugar. E eu acreditei. Alguém certamente também acreditou ser uma boa idéia falar sobre o assunto. E ela ficava assim pensativa repetindo estas palavras, com o olhar perdido. Olhar de vingança. Esse era o seu passatempo predileto, sonhar com asas largas que a levariam à distantes províncias e lhe dariam a força de escapar. Ela sonhava em escapar. Escapar dos murros, dos muros, dos gritos, das ironias, dos insultos, das dores e dos silêncios.

Gestos e nomes apoiando os seus contares, numa destas ocasiões ela me falou do escritor que disse que a força das sereias está no silêncio! "No seu silêncio! Pode imaginar pior insulto !?".

Ela me contou também que um conhecido seu, passeando em Montreal às margens do canal e numa noite de lua, entendeu uma voz que perfurou o silêncio do matagal:
"Muitos gostam de acreditar que somos todas iguais, pela nossa voz estridente ou sedutora. Julgam que somos instrumento de perdição, que somos o sonho. Desiludam-se ! Somos o rosto cansado das velhas, o rosto apaixonado das jovens. Companheiras dos sonhos, com os animais elegemos nosso lar. Assim, temos uma forma bestial. Vejam aí só o que vocês sabem, pois no entanto, ignoram que mesmo sendo veneração, somos também horror. Horror e veneração.”

Quanto à mim, não sou velha ; sou relativamente jovem e bem correta. Meus urros, vocês não conseguem diferenciá-los no mais claro do dia. Mas quando a noite se desponta no alto dos edifícos cinzentos e que me vem este desejo de correr e gritar e gritar... gritar... e nunca mais parar... eh bem, nestes momentos, o meu corpo se contorse, treme... e eu tenho frio, tenho frio, tenho um frio de morrer... e as minhas asas, elas, se armam para cobrir o meu corpo e com estas asas trêmulas escondo a minha cabeça desmesurada, os meus olhos fixos, o meu bico afiado, as minhas plumas e as minhas unhas tortas. Os meus gritos não amedrontam a noite. Enrolo-me em mim mesma, como as minhas garras, e fico lá no canto, quieta, torta e doente deste silêncio.
*Este conto foi originalmente escrito em francês, Oiseaux voraces, e publicado em vários jornais e revistas.
K.S.
WINGS – WRITING, FLYING AND HUEVOS REVUELTOS

November 22, 2005

Vive Montréal!

Désolé pour ceux dont l’humeur est aigre, mais vraiment, vraiment, j’adore Montréal et elle me le rend bien, surtout entre jeudi et mardi de chaque semaine.

Le vendredi dernier, la ‘tit famille est allé diner chez le resto thaïlandais Sherbrooke coin St. Denis (où était logé l’ancien Commensal, souvenez-vous?). Samedi matin, brunch chez le brésilien Senzala du Plateau. Dimanche matin, ‘tit déjeuneur chez Norma, la boulangère du coin. Ensuite, une bonne marche de santé sur le Mont-Royal pour remplir les poumons d'air froid et après midi, le meilleur capuccino de Montréal chez Gino, au Café Italia, de la Petite Italie. Ce matin, Power Yoga et déjeuneur avec mon amie Mai au Vietnamien de la rue Laurier. Après, une rigolade avec Monica Freire où nous avions parlé du Brésil, de l’immense spiritualité de notre peuple, et de notre amour pour Montréal.

NINGUÉM NASCE PROSTITUTA

Fernando Gabeira é o autor de um projeto de lei que regulamenta a prostituição. Assim ele abre espaço para que o explorador de mulheres não seja mais considerado um criminoso.
Estou bem consciente que a imagem da bela prostituta que se dá muito bem e que adora o seu trabalho é pura ficção, digna irmã da Bela Adormecida. Alguma dúvida que há, ou houve, algumas ou alguns satisfeitos. E mesmo se a lenda diz que certas pessoas se prostituem por que gostam. Mas as que são levadas por necessidade ou desequilíbrio afetivo, a grande maioria, vai é para ganhar um pouco mais de dinheiro ou p/ alimentar a família.
Perguntem à estas pessoas se elas tivessem crescido numa sociedade justa aonde mulheres e crianças são respeitadas tal como se respeitam um homem, e se elas tivessem tido oportunidades de desenvolver todo seu potencial como seres humanos, emocionalmente e materialmente, com acesso à estudos, trabalho, moradia, prazeres da vida porque ninguém nasceu só p/ trabalhar ou estudar, viagens, restaurantes, etc, etc e tal, para elas e para seus familiares; perguntem se elas tivessem sido valorizadas nesta sociedade, com oportunidades e apoio para almejar suas aspirações; perguntem se em tais condições, elas ou eles não teriam escolhido ganhar dinheiro com outra atividade que lhes fizessem ser orgulhosos de si mesmos, não somente como cidadãos mas como ser humano, e sobretudo como mulher.
Mesmo se sei que o fato de ser homem não garante justiça, sei também que o fato de ser mulher ou criança ou adolescente, garante muito menos justiça do que à um homem. Acho que mesmo se vivéssemos numa sociedade espiritualmente evoluída, aonde o sexo fosse uma atividade sadia, espiritual e respeitada por todos, mesmo assim, um ser humano não deveria ser obrigado a se transformar em uma máquina de dar prazer (ou sensação de poder?) de forma alguma.
A lei do Gabeira para mim é perigosa porque tem grandes chances de só contribuir à regulamentar uma situação de discriminação que existe depois que o sexo masculino tem todas as prerrogativas dentro da sociedade humana.
Em todo caso, a revista Marie Claire entrevistou a psicóloga Nalu Faria, coordenadora de uma ONG voltada para os interesses da mulher, e que critica o projeto. Segundo ela, e é o que eu acredito também, é que quem explora a prostituição ficará ainda mais fortalecido.

NINGUÉM NASCE PROSTITUTA
NALU FARIA, coordenadora da Sempreviva Organização Feminista (SOF)

MC O que acha do projeto que regulamenta a prostituição?
NF O projeto trata menos da regulamentação e mais da liberalização do comércio que envolve a atividade. Não apresenta nenhuma defesa real da prostituta e da violação de direitos que elas sofrem.

MC É contra regulamentar a atividade?
NF Não encaro a prostituição como profissão. Entendo que as prostitutas merecem ser protegidas e precisam ter os direitos assegurados. Só que o projeto não define regras, é vago no que diz respeito às garantias de direitos dessas mulheres. O projeto só defende o fim de artigos penais que tratam do comércio em torno da atividade.

MC Os serviços sexuais deveriam ser pagos ou não?
NF Não deveriam ser. Mulheres desde sempre foram exploradas pelo simples fato de serem mulheres. No meu ponto de vista, a sexualidade não é um serviço e sim uma relação entre pessoas em igualdade de posição. Ao se tornar um serviço, acaba fortalecendo as relações que pressupõem dominação de um sobre o outro.

MC O projeto propõe formalizar as casas de prostituição e tirar do crime a figura do cafetão. Isso pode favorecer as prostitutas?
NF De jeito nenhum. Os bordéis podem determinar que suas funcionárias façam sexo com um número maior de clientes, e o projeto não define como vai ser a fiscalização. Se nem grandes empresários cumprem direitos trabalhistas, alguém imagina que donos de bordéis irão cumprir? O outro item só favorece o cafetão.

MC Gabeira ainda propõe tirar do Código Penal o artigo que diz respeito ao tráfico de mulheres. Assegura ser contra o tráfico humano, mas considera o artigo desnecessário, já que há uma legislação específica sobre o tema que penaliza o tráfico de pessoas de maneira geral. O que acha?
NF O artigo que se refere especificamente ao tráfico de mulheres tem de existir. O Brasil está entre os países que têm o maior número de traficantes de mulheres no mercado da prostituição. Além disso, é uma importante rota de tráfico do turismo sexual. Então, por que acabar com uma lei que trata especificamente disso?

MC Alguém se torna prostituta por que quer?
NF Há poucos casos, mas, se examinarmos esses poucos, perceberemos que as mulheres têm auto-estima baixa, foram infelizes na escolha do parceiro, tiveram pais ausentes e vivências sexuais complicadas. Muitas viveram situações de pobreza afetiva e não sabem o que pode ser uma mulher autônoma. A pessoa escolhe ser prostituta em função das condições que tem ou pensa ter na vida. Mas alguém decide ser prostituta?
MC Quais os pontos críticos do projeto?NF Ser prostituta não é o mesmo que vender sanduíche em uma lanchonete. Gabeira entende que as relações são iguais, mas não são. Ele também não considera a questão da violência nem a desigualdade de poder entre homens e mulheres. Como assegurar isso num contrato? Quantas pessoas hoje têm carteira assinada? Não acredito que um projeto desse tipo possa trazer algum benefício social às prostitutas.

November 15, 2005

Barão de Itararé?

Existe um site muito bom chamado Projeto Releituras. Fuçem bem lá dentro, mas não se esqueçam de ler a biografia e outros escritos sobre o Barão de Itararé, aqui por exemplo.

November 13, 2005

Je suis triste que le Plateau se transforme de plus en plus en un cartier plastique et sans âme seulement pour séduire certains en mal d’être.

Hier nous avons passé pour la première fois depuis les rénovations apportés à l’un de nos fast food préférés au Plateau, notre vieil resto rapide que nous fréquentions depuis 18 ans après les sorties des bars et discos pour manger une frite et rire avec les amis. Il est devenu vraiment laid perdant toute son look kitsch que nous aimions tant ! Plastique !

Mais cela est juste un petit morceau d’un grand gâteau installé dans le cartier, pas une évolution normal des meurs. Ce sont des changements, tout à fait apportés en fonction du travail vampirique des promoteurs immobiliers, pour séduire une clientèle en mal d’émotions, de vie, de souffle et qui veulent vraiment oublier qui ils sont. Et peu importe si le moyens doit être la poudre blanche, l’alcool ou des comportements maladives de tout acabit - s’ils ont de l’argent, cela ne sert qu’à acheter !

Le cartier est de plus en plus rempli des gens plastiques, enragées, impolies au volant au à pied, des nombrils du monde, des gens qui veulent y habiter uniquement parce que c’est « cool ». Le parque La Fontaine, par exemple, dans ses 18 ans, n’a jamais été si sale et puant à excréments de chien. Les beaux piqueniques par terre que tout le monde faisait est chose du passé, en grand partie parce que les chiens maintenant ont toute la liberté de venir manger notre nourriture et avancer sur les petits enfants qui ont peur (moi aussi j’ai peur). La sacro santo mode d’acheter des animaux et les transformer en petits esclaves dociles et prétendre qu’ils ne sont pas des animaux !

Et surtout lorsque ces gens demandent à ces pauvres bêtes d’avoir des sentiments et des comportements les plus proches possibles de la race humaine en dépit de leurs instincts. En autre, il est déplacé pour une personne vivant dans une société civilisée, adulte ou enfant, de chier et d’uriner par terre. Mais, pourquoi est-ce que l’odeur des excréments de ces animaux partout sur les trottoirs et parques du cartier seraient moins odorants ou sans importance que les excréments humains ? Si je permettrais à ma fille de chier par terre, je serais en prison, ou dans un hospice. Pourquoi est-ce que la personne responsable d'un animal a plus de droit que moi ? Vous avez assez d'intelligence pour voir que je ne demande pas le droit de chier par terre.

Avant, le problème n'existait pas, pas en grand proportions, parce qu'il n'y avait pas autant de chiens ni de gens à qui le mot civilité n'avait pas de sens. C'est un vrai carnaval. Et le vent qu'apporte cette odeur de chien, il est vraiment dégoutant !

Je trouve que les gens qui ont des animaux en ville, surtout ceux qui n’ont pas une grande maison avec une grand court pour ses pauvres victimes, contribuent largement pour renforcer leur statu d’esclaves des êtres humains.

Je sais, j’ai l’air des ces vieilles dames enragés avec le temps qui passe, mais non, il faut le dire quand-même que, pour ceux qui n’ont pas connu ou su qu’il existe des règles élémentaires de bien vivre, règles de politesse simples et directs, que le cartier (ou peut-être la société au complet) perd de plus en plus son âme. Certainement parce qu’il y a des êtres qui cherchent la sienne au lieu d’aller la chercher au fond d’eux-mêmes.




Dona Orpheline au revoir...
Dona Orpheline a pris ses pénates encore une fois et a retourné au Brésil. Hier nous étions au bar Gitane de la rue S. Denis pour lui dire au revoir et fumer la jincha.
L’opium
Mes amis ont des sourires ironiques au coin de leurs lèvres charnus lorsque je récite mon p‘tit faible pour les mots d'Oriah dans ce Fat Food du nouvel âge - et cela en dépit de la croyance que j’ai, tout comme eux, qu'il faut regarder la vie fermement, face en face, et pas uniquement se délecter de mots dont la seule lecture nous offrent la sensation d'avoir fait la démarche au complet (rachat capitaliste, démocratique et rapide comme le tonnerre, pour ceux qui n’ont la force de se questionner).
Bien, suite à mon mia culpa, voilà les mots éthérés qui devront nettoyer mon âme de touts ses péchés (je jure que ce n’est pas du sarcasme, et je jure aussi que je n’ai jamais été capable de lire Paulo Coelho, tout de même -il faut pas trop demander au pécheur reconnu et admis-) :

Peu importe comment tu gagnes ta vie. Ce que je veux savoir, c'est l'objet de ce désir qui brûle en toi à t'en faire mal ; ce que je veux savoir, c'est si tu oses, ne serait-ce que rêver de réaliser le désir profond de ton cœur. Peu importe l'âge que tu as. Je veux savoir si tu es prêt à risquer de passer pour une folle au nom de tes rêves secrets…
Je veux savoir si tu as touché le centre de ta tristesse, si tu t'es ouvert aux trahisons de la vie ou si tu t'es ratatiné, refermé de peur de ressentir une douleur de plus. Je veux savoir si tu peux t'asseoir avec ta douleur et rester là sans bouger, sans essayer de la cacher, de l'éviter ou de la travestir. Je veux savoir si tu peux danser sauvagement, laisser l'extase te remplir jusqu'au bout des doigts et des orteils sans nous prévenir constamment de faire attention, d'être réaliste sans nous rappeler à chaque seconde que l'être humain a des limites dont on doit tenir compte. Peu importe que l'histoire que tu racontes soit vraie ou fausse. Je veux savoir si tu es capable de décevoir quelqu'un pour rester fidèle à toi-même. Peu importe où tu habites, combien d'argent tu as. Je veux savoir si tu peux te lever après une nuit de douleur et de désespoir, épuisé et meurtri, et faire ce qu'il faut pour tes enfants. Peu importe qui tu connais, par quel chemin tu es venu ici. Je veux savoir si tu te tiendras au centre du feu avec moi sans chercher à t'en aller ou à reculer. Peu importe ce que tu as étudié…je veux savoir ce que te soutient à l'intérieur quand tout le reste s'est évanoui. Je veux savoir si tu peux être seule avec toi-même et si tu aimes vraiment ta propre compagnie dans les moments vides.




Abarat, de Clive Barker
J'aime VRAIMENT les illustrations que CB a réalisé pour Abarat, une morbide et empoisonnante œuvre infanto-juvénile (chose tellement inhabituelle que les jeunes américains se l’arrachent) où il raconte l’histoire de Candy Quackenbush, une adolescente lasse de vivre dans un village dénoué d’attraits et où le grande souci des gens sont les poules. Elle découvrira portant que son tranquille village cache une entrée pour un royaume bizarroïde appelé Abarat, univers magique perdu dans un archipel composé de 25 îles entourées par la mer d'Izabella et où Candy ira pénétrer derrière un mystère dont elle ignore l’ampleur.

November 12, 2005

Tradução rapidinha da k.s.

Ouvi dizer que existia um acorde secreto [1]
que Daví tocava, e que dele o Senhor gostava.
Mas você não está nem aí prá música, não é mesmo?
Pois é... a coisa é assim: a quarta nota... a quinta,
a menor cai, a maior sobe.
[Foi assim que] o rei guerreiro compôs “Aleluia” [2].

É... você tinha uma fé imensa mas precisava de provas.
Você a viu se banhando no terraço [3]
e a beleza dela na luz da lua te derrubou...
ela te amarrou à uma cadeira de cozinha,
quebrou o teu trono, cortou o teu cabelo
e dos teus lábios ela extraiu “Aleluia”.

Amor, eu já estive aqui...
já tinha visto este quarto, andado neste chão.
Você sabe, eu vivia sozinho antes de te conhecer.
É... e vi sua bandeira no arco de mármore
mas este amor não é um tipo de marcha vitoriosa... não
ele é uma fria e dilacerada “Aleluia”!

Houve um tempo
em que você me deixava à par
de tudo o que estava acontecendo [na tua vida],
mas agora você nunca me mostra nada, não é mesmo?
Lembro-me que quando
eu me instalava dentro de você
e a escuridão sagrada também se instalava [4],
cada sopro que exalávamos era “Aleluia”!

Talvez haja um deus lá em cima,
mas... tudo o que sempre aprendi sobre o amor
é a forma de atirar em alguém que te visou [primeiro].
É... mas isso não é o tipo de queixa para se ouvir à noite
e nem é piada para alguém que reivindica ter visto a luz,
não, isso é uma fria e solitária “Aleluia”!

Você diz que eu proferi o nome em vão, [5]
mas eu nem mesmo sei qual é o nome;
se realmente o fiz... então, o que é que isso representa p/ você?
Existe uma chama luminosa em cada palavra,
não importa se você ouve a sagrada ou a destruída “Aleluia”.

Fiz meu possível, mas não foi o suficiente.
Eu não podia sentir, então tentei tocar.
Eu disse a verdade, não vim para te enganar
e mesmo se tudo foi um erro,
estarei perante o Senhor do Canto [6]
com nada mais na língua que “Aleluia”.

[1]"secret chord" faz referência tanto à um acordo secreto quanto à uma harmonia musical secreta.
[2]A versão de 1984 está repleta de referências bíblicas, fazendo alusões ao fato do rei Davi ter sido escolhido e amado por Deus e ser, ao mesmo tempo, músico e guerreiro que seduzia e vencia batalhas, mas que sucumbiu pelo amor de uma mulher."the baffled king" faz mais uma vez referência ao rei Davi, não à sua confusão, mas ao fato de ele ser conhecido como "o rei dos campos de batalha", uma outra forma de dizer "rei das batalhas".
[3] Davi conheceu a "mulher que foi sua ruína" (Bathsheba) enquanto ela tomava "banho no terraço".
[4]A versão original fala da "pomba sagrada" (holy dove) : "eu me instalava dentro de você e a pomba sagrada também se instalava". Rufus Wainwright cantou "the holy dark". Enquanto Leonard sexualiza ao máximo, Wainwright inclui Tânatos brincando com Eros.
[5] Deus, o Senhor do Canto, tem vários nomes e que não devem ser ditos em vão.
[6] Uma outa forma de se referir à Deus, "O Senhor do Canto".

Wings : Writing, Flying and Huevos Revueltos
http://montrealswinds.blogspot.com/2005/11/traduo-rapidinha-da-ks.html

http://montrealswinds.blogspot.com/2006/01/lord-of-song.html

Versão original de Hallelujah, de Cohen

Leonard gravou 2 versões principais, mas à cada vez que ele canta, ele muda a letra, acrescenta ou retira versos. Os diferentes intérpretes também se permitiram várias pequenas mudanças na letra, mas em geral temos estas 2 versões, de 1984 e 1988 que incluem, nas duas juntas, todos os versos conhecidos até hoje.

Versão de Hallelujah, de Cohen (1984)

Now I've heard there was a secret chord
That David played, and it pleased the Lord
But you don't really care for music, do ya?
It goes like thisThe fourth, the fifth
The minor fall, the major lift
The baffled king composing Hallelujah

Your faith was strong but you needed proof
You saw her bathing on the roof
Her beauty and the moonlight overthrew you
She tied you
To her kitchen chair
She broke your throne, she cut your hair
And from your lips she drew the Hallelujah

You say I took the name in vain
I don't even know the name
But if I did, well really, what's it to you?
There's a blaze of light
In every word
It doesn't matter which you heard
The holy or the broken Hallelujah

I did my best, it wasn't much
I couldn't feel, so I tried to touch [1]
I've told the truth, I didn't come to fool you
And even thoughIt all went wrong
I'll stand before the Lord of Song
With nothing on my tongue but Hallelujah

[1] I couldn't feel so I learned to touch.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Hallelujah na outra versão (1988) de Leonard

Baby, I've been here before
I know this room,
I've walked this floor
I used to live alone before I knew you
and I've seen your flagon the marble arch
And love
love is not some kind of a victory march
No, it's a cold and it's a very broken Hallelujah!

Well, there was a timewhen you let me know
what’s really going on below
but now you never show that to me, do ya?
I remember when I moved into you
and the holy dove… she was moving too [1]
yes… and every single breath we drew was Hallelujah!

Maybe there’s a god above
But all I’ve ever learned from love
is how to shoot somebody who outdrew you
and It's not a complaint that you hear at night [2]
It's not somebody who clams seen the light
No, it's a cold and it's a broken Hallelujah! [3]

I did my best, it wasn't much
I couldn't feel, so I learned to touch
I've told the truth, I didn't come to fool you
And even though
It all went wrong
I'll stand right here before the Lord of the Song
With nothing on my tongue but Hallelujah

[1] Jeff B.e Leonard cantam “and the holy dove was moving too”. Wainwright canta “and the holy dark was moving too”.
[2] And it's no complaint you hear tonight, it's a cold and it's a lonely Hallelujah
[3] Algumas versões: “No, it's a cold and it’s very lonely Hallelujah!”



Versão cantada por Jeff Buckley e Rufus Wainwright.

Now I've heard there was a secret chord
That David played, and it pleased the Lord
But you don't really care for music, do ya?
It goes like this
The fourth, the fifth
The minor fall, the major lift
The baffled king composing Hallelujah

Your faith was strong but you needed proof
You saw her bathing on the roof
Her beauty and the moonlight overthrew you
She tied you
To her kitchen chair
She broke your throne, she cut your hair
And from your lips she drew the Hallelujah

Baby, I've been here before
I‘ve seen this room, and I've walked this floor
you know, I used to live alone before I knew you
and I've seen your flag
On the marble arch
And love is not some kind of a victory march
No, it's a cold and it's a broken Hallelujah!

Well, there was a time
when you let me know
what’s really going on below
but now you never show that to me, do ya?
I remember when I moved in you
and the holy dove… she was moving too [1]
and every breath we drew was Hallelujah!

Maybe there’s a god above
But all I’ve ever learned from love
was how to shoot somebody who outdrew you
and It's not a cry that you hear at night [2]
It's not somebody who is seen the light
No, it's a cold and it's a broken Hallelujah! [3]


[1] Jeff B. canta “and the holy dove was moving too”. Outras versões :” and the holy dark was moving too”.
[2] And it's no complaint you hear tonight , it's a cold and it's a lonely Hallelujah
[3] Algumas versões: “No, it's a cold and it’s very lonely Hallelujah!”


Wings
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Pasolini

A D O R O Pasolini! E para que os incautos fiquem sabendo : a Cinémathèque (rua Maisonneuve) está apresentando uma retrospectiva deste bárbaro maravilhoso.

Encontros Internacionais do Documentário de Montreal
Começou na quinta-feira ainda na Cinémathèque até o 20 novembro.

Mouse sem fio
Que bom esta história do sem fio. Coloquei no laptop um mouse sem fio que eu queria depois de muito tempo, mas como aqui em casa tem mais computadores que a IBM, eu não queria acrescentar mais nada. Tem os meus (2), do maridão (2 também) e da Catou (1), tudo máquinas incrementadíssimas. E ainda tem o laptop que fica aqui de bobeira, e dois outros que estão no KGB esperando p/ ser enviados à organismos que irão recuperá-los p/ pessoas sem recursos. Tinha ainda o laptop da Catou que foi roubado sem que ninguém se dê conta! Ela estava inscrita numa classe (a escola dela foi a primeira fundada em Montreal, e pelos Jesuítas, lá pelos anos de 1700 e algumas poeiras) onde o computador era usado até nas anotações em classe, e é claro, cada aluno tinha que ter o seu laptop. No começo a gente achou legal, mas depois vi que bobeira era, fiquei com medo dela ficar na dependência e disse que bastava desta história de invasão tecnológica até nos deveres de sala de aula.

Eu quero mesmo é um computador sem fio, inteiramente sem fio, como o do André da Ângela. Estou de saco cheio de tanto ver fio na minha frente, mas é verdade que é um desperdício e um ato anti-ecológico este negócio de ficar mudando de computador só por causa de moda! isso não impediu o maridão de comprar um écran plat.

K.S.
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November 10, 2005


November 09, 2005

100 melhores livros de todos os tempos

Se vcs já leram este post aqui, estão sabendo da história da lista dos 100 melhores trabalhos de ficção, listados aqui em ordem alfabética de autor. Não existe nenhuma ordem de qualidade, todos foram considerados os melhores, com exceção de Dom Quixote, o melhor dos melhores.
Agora, a lista é esta aí, que está numerada só para quem, como eu, tem que confirmar um por um. Os títulos estão em inglês porque eu não vou traduzir cada um deles não.

1. Chinua Achebe Things Fall Apart
2. Hans Christian Andersen Fairy Tales and Stories
3. Jane Austen Pride and Prejudice
4. Honore de Balzac Old Goriot
5. Samuel Beckett Trilogy: Molloy, Malone Dies, The Unnamable
6. Giovanni Boccaccio Decameron
7. Jorge Luis Borges Collected Fictions
8. Emily Bronte Wuthering Heights
9. Albert Camus The Stranger
10. Paul Celan Poems
11. Louis-Ferdinand Celine Journey to the End of the Night
12. Miguel de Cervantes Don Quixote
13. Geoffrey Chaucer Canterbury Tales
14. Joseph Conrad Nostromo
15. Dante Alighieri The Divine Comedy
16. Charles Dickens Great Expectations
17. Denis Diderot Jacques the Fatalist and His Master
18. Alfred Doblin Berlin Alexanderplatz
19. Fyodor Dostoyevsky Crime and Punishment
20. Fyodor Dostoyevsky The Idiot
21. Fyodor Dostoyevsky The Possessed; The Brothers Karamazov
22. Fyodor Dostoyevsky The Brothers Karamazov
23. George Eliot Middlemarch
24. Ralph Ellison Invisible Man
25. Euripides Medea
26. William Faulkner Absalom, Absalom
27. William Faulkner The Sound and the Fury
28. Gustave Flaubert Madame Bovary
29. Gustave Flaubert A Sentimental Education
30. Federico Garcia Lorca Gypsy Ballads
31. Gabriel Garcia Marquez One Hundred Years of Solitude
32. Gabriel Garcia Marquez Love in the Time of Cholera
33. Anon The Epic of Gilgamesh
34. Johann Wolfgang von Goethe Faust
35. Nikolai Gogol Dead Souls
36. Günter Grass The Tin Drum
37. Joao Guimaraes Rosa The Devil to Pay in the Backlands
38. Knut Hamsun Hunger
39. Ernest Hemingway The Old Man and the Sea
40. Homer The Iliad
41. Homer The Odyssey
42. Henrik Ibsen A Doll's House
43. Anon The Book of Job
44. James Joyce Ulysses
45. Franz Kafka The Complete Stories
46. Franz Kafka The Trial
47. Franz Kafka The Castle
48. Kalidasa The Recognition of Sakuntala
49. Yasunari Kawabata The Sound of the Mountain
50. Nikos Kazantzakis Zorba the Greek
51. DH Lawrence Sons and Lovers
52. Halldor K Laxness Independent People
53. Giacomo Leopardi Complete Poems
54. Doris Lessing The Golden Notebook
55. Astrid Lindgren Pippi Longstocking
56. Lu Xun Diary of a Madman and Other Stories
57. Anon Mahabharata
58. Naguib Mahfouz Children of Gebelawi
59. Thomas Mann Buddenbrooks
60. Thomas Mann The Magic Mountain
61. Herman Melville Moby Dick
62. Michel de Montaigne Essays
63. Elsa Morante History
64. Toni Morrison Beloved
65. Murasaki Shikibu The Tale of Genji
66. Robert Musil The Man Without Qualities
67. Vladimir Nabokov Lolita
68. Vladimir Nabokov Njal's Saga
69. George Orwell 1984
70. Ovid Metamorphoses
71. Fernando Pessoa The Book of Disquiet
72. Edgar Allan Poe The Complete Tales
73. Marcel Proust Remembrance of Things Past
74. Francois Rabelais Gargantua and Pantagruel
75. Juan Rulfo Pedro Paramo
76. Jalalu'l-Din Rumi The Mathnawi
77. Salman Rushdie Midnight's Children
78. Sheikh Saadi of Shiraz The Bostan of Saadi (The Orchard)
79. Tayeb Salih A Season of Migration to the North
80. Jose Saramago Blindness
81. William Shakespeare Hamlet
82. William Shakespeare King Lear
83. William Shakespeare Othello
84. Sophocles Oedipus the King
85. Stendhal The Red and the Black
86. Laurence Sterne The Life and Opinions of Tristram Shandy
87. Italo Svevo Confessions of Zeno
88. Jonathan Swift Gulliver's Travels
89. Leo Tolstoy War and Peace
90. Leo Tolstoy Anna Karenina
91. Leo Tolstoy The Death of Ivan Ilyich and Other Stories
92. Anton Chekhov Selected Stories
93. Anton Chekhov Thousand and One Nights
94. Mark Twain The Adventures of Huckleberry Finn
95. Valmiki Ramayana
96. Virgil The Aeneid
97. Walt Whitman Leaves of Grass
98. Virginia Woolf Mrs Dalloway; To the Lighthouse
99. Virginia Woolf To the Lighthouse Marguerite
100. Yourcenar Memoirs of Hadrian

K.S.
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Grande Sertão: Veredas

Don Quixote, a história de um velho espanhol que acabou enlouquecendo de tanto ler romances medievais, foi votado, entre uma lista dos 100 melhores livros da história da humanidade, o melhor de todos. A votação, organizada pelos editores do Norwegian Book Clubs, sediado em Oslo e ligado ao Norwegian Nobel Institute, foi votada pelos 100 melhores autores de 54 países, entre eles o autor nigeriano Wole Soyinka, Nobel de literatura em 1986, o indiano Salman Rushdie, a sul-africana Nadine Gordimer, Nobel de 1991, o mexicano Carlos Fuentes, o americano Norman Mailer, o irlandês Seamus Heaney, Nobel de 1995, etc. Isso foi em 2002, mas até hoje o assunto dá pano pra muita manga.

Na lista, Cervantes ficou como o autor do melhor livro e Dostoevsky, como o autor de quatro livros cotados. Mais de dois terços dos livros da lista foram escritos por europeus, quase a metade foram escritos no último século e 11 foram escritos por mulheres.

Os livros representantes da língua portuguesa são Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa, Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago e O Livro do Desassossego de Fernando Pessoa.

K.S.
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November 08, 2005

40 livros mais importantes

Se vcs leram este post aqui, já ficaram sabendo que Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa ficou em vigésimo primeiro lugar na lista dos 40 livros mais importantes dos últimos 75 anos, segundo a revista World Literature Today. O Livro do Desassossego de Fernando Pessoa, em vigésimo oitavo.

K.S.
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Al Qaeda no Brasil

Meu irmão me mandou esta aí... e eu morri de rir.

Documentos mantidos em sigilo pela Polícia Federal revelam que a Al Qaeda, organização terrorista de Osama Bin Laden, ordenou a execução de atentado no Brasil. O alvo da ação seria a estátua do Cristo Redentor, localizada no alto do morro do Corcovado e um dos símbolos mais conhecidos do Rio de Janeiro, tanto no Brasil quanto no exterior.

De acordo com informações obtidas hoje em Brasília, a ordem de Bin Laden decorreu do ódio que o saudita nutre por festas monumentais, como o carnaval carioca, para ele "um símbolo da globalização da alegria". Demolidor de ídolos e iconoclasta como os talibãs que explodiram estátuas de Buda no Afeganistão, ele destacou dois mujahedins para seqüestro e uso de avião que seria lançado contra a estátua, a seu ver "símbolo dos infiéis cristãos".


Hora a hora, a frustração:Os registros da Polícia Federal dão conta de que os dois terroristas chegaram ao Aeroporto Internacional Tom Jobim em 22 de setembro, domingo, às 21h47m, no vôo da Air France procedente do Canadá, com escala em Miami.

A missão começou a sofrer embaraços já no desembarque, quando a bagagem dos muçulmanos foi extraviada. Após quase seis horas de peregrinação por diversos guichês e dificuldade de comunicação em virtude do Inglês fortemente marcado por sotaque árabe, os dois saem do aeroporto, aconselhados por funcionários da Infraero a voltar no dia seguinte, comintérprete.

A Polícia Federal investiga a possibilidade de eles terem apanhado um táxi pirata na saída do aeroporto, pois o motorista percebeu que eram estrangeiros e rodou uma hora e meia dando voltas com eles pela cidade, até abandoná-los em lugar ermo da Baixada Fluminense. No trajeto, ele parou o carro e três cúmplices os assaltaram e espancaram. Eles conseguiram ficar com alguns dólares que tinham escondido em cintos próprios para transportar dinheiro e pegaram carona num caminhão que entregava gás.

Na segunda-feira, às 7h33m, graças ao treinamento de guerrilha que receberam nas cavernas do Afeganistão e nos campos minados da Somália, os dois terroristas conseguem chegar a um hotel de Copacabana. Alugam um carro na Hertz e voltam ao aeroporto, determinados a seqüestrar logo um avião e jogá-lo bem no meio dos braços abertos do Cristo Redentor.

Enfrentam um congestionamento monstro por causa de uma manifestação de estudantes e professores em greve e ficam três horas parados na Avenida Brasil, altura de Manguinhos, onde seus relógios são roubados em um arrastão.

Às 12h30m, resolvem ir para o Centro da cidade e procuram uma casa de câmbio para trocar o pouco que sobrou de dólares. Recebem notas de R$100 falsas, dessas que são feitas grosseiramente a partir de notas de R$ 1.

Por fim, às 15h45m chegam ao Tom Jobim para seqüestrar um avião. Os pilotos da VARIG estão em greve por mais salário e menos horas de trabalho. Os controladores de vôo também pararam (querem equiparação com os pilotos). O único avião na pista é da VASP, mas está sem combustível. Aeroviários e passageiros estão acantonados na sala de espera e nos corredores do aeroporto,tocando pagode e gritando slogans contra o governo.

O Batalhão de Choque da PM chega batendo em todos, inclusive nos terroristas. Os árabes são conduzidos à delegacia da Polícia Federal no Aeroporto, acusados de tráfico de drogas, em face de flagrante forjado pelos policiais, que "plantaram" papelotes de cocaína nos bolsos dos dois.

Às 18 horas, aproveitando o resgate de presos feito por um esquadrão de bandidos do Comando Vermelho, eles conseguem fugir da delegacia em meio à confusão e ao tiroteio.

Às 19h05m, os muçulmanos, ainda ensangüentados, se dirigem ao balcão da VASP para comprar as passagens. Mas o funcionário que lhes vende os bilhetes omite a informação de que os vôos da companhia estão suspensos por tempo indeterminado. Eles, então, discutem entre si: começam a ficar em dúvida se destruir o Rio de Janeiro, no fim das contas, é um ato terrorista ou uma obra de caridade.

Às 23h30m, sujos, doloridos e mortos de fome, decidem comer alguma coisa no restaurante do aeroporto. Pedem sanduíches de churrasco com queijo e limonadas.

Só na terça-feira, às 4h35m, conseguem se recuperar da intoxicação alimentar de proporções eqüinas, decorrente da ingestão de carne estragada usada nos sanduíches. Eles foram levados para o Hospital Miguel Couto, depois de terem esperado três horas para que o socorro chegasse e percorresse diversos hospitais da rede pública até encontrar vaga. No HMC, foram atendidos por uma enfermeira feia e mal-humorada. Eles teriam de esperar dois dias para serem examinados, se não fosse pelo cólera causado pela limonada feita com água contaminada por coliforme fecal. Debilitados, só terão alta hospitalar no domingo.

Domingo, 18h20h: os homens de Bin Laden saem do hospital e chegam perto do estádio do Maracanã. O Vasco acabara de perder para o Bangu, por 6x0. A torcida cruzmaltina confunde os terroristas com integrantes da galera adversária e lhes dá uma surra sem precedentes. O chefe da torcida é um tal de "Pé de Mesa", que abusa sexualmente deles.

Às 19h45m, finalmente, são deixados em paz, com dores terríveis pelo corpo, em especial na área proctológica. Ao verem uma barraca de venda de bebida nas proximidades, decidem se embriagar uma vez na vida (mesmo que seja pecado!). Tomam cachaça adulterada com metanol e precisam voltar ao Miguel Couto. Os médicos também diagnosticam gonorréia (Pé de Mesa não perdoa!).

Segunda-feira, 23h42m: os dois terroristas fogem do Rio escondidos na traseira de um caminhão de eletrodomésticos, assaltado horas depois na Serra das Araras. Desnorteados, famintos, sem poder andar e sentar, eles são levados pela van de uma ONG ligada a direitos humanos para São Paulo. Viajam deitados de lado.

Na capital, perambulam o dia todo à cata de comida e por volta das 20 horas acabam adormecendo debaixo da marquise de uma loja na Rua Aurora, Centro.

A Polícia Federal não revelou o hospital onde os dois foram internados em estado grave, depois de espancados quase até a morte por um grupo de mata-mendigos.

kkkkkkkkkkkkkkkk.........como podem ver...terrorismo no Brasil não funciona!!!


K.S.
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