Writing, Flying and Huevos Revueltos

March 29, 2007

O filme "300"


O ridículo politicamente correto da nossa atualidade querendo destruir a criatividade e a fantasia, e mesmo a realidade da História.
Sou fã de HQ, BD, graphic novels, gibi, etc. Sou fã disso tudo, e p/ completar, eu já tinha gostado de 2 filmes que foram adaptados e têm uma estética bem próxima das HQ: Sin City, baseado na obra gráfica homônia de Frank Miller, dirigido pelo próprio Miller e por Robert Rodriguez; e O Imortal, escrito e realizado por Enki Bilal.

Frank Miller também escreveu "300", HQ adaptada p/ o cinema com direção de Zack Snyder e no qual Miller também participa como produtor executivo. Faz semanas que assisti o filme "300", mas não tinha tido tempo de escrever a minha opinião. Agora, aí vai ela:

Nunca pensei que eu fosse escrever sobre um filme de guerra, mas assim que vi a estética eu sabia que teria que assistí-lo, porque o que eu supunha é bem real: não é simplesmente um "filme de guerra", embora a hemoglobina seja omnipresente, e mesmo tendo cenas duras e eu fechado várias vezes os olhos e me encolhido na poltrona, 300 permanece um filme que marca pela inovação e criatividade técnica.
Mas está generando debates apaixonados dos prós e contras.

Bom, o filme em si é inspirado em fatos históricos, a famosa "Batalha das Termópilas", ocorrida em 480 a.C., episódio também conhecido como "Os 300 de Esparta". O famoso episódio histórico do desfiladeiro das Termópilas embalou meus sonhos de adolescente, primeiro porque história é uma matéria que me interessa, tanto quanto estória, mas sobretudo pelas características da sociedade Espartana, pelo respeito q eles tinham pelas mulheres e pelas proezas de Leônidas, o "Filho do Leão". O "Filho do Leão" sempre me seduziu, tanto quanto Ricardo Coração de Leão, o filho de Alienor d'Aquitânia. A sedução vem em parte pelos feitos cantados em versos e prosas através dos séculos e o romantismo que a forca vibratoria de tais nomes insufla em ardor e fantasia. Sem mesmo se dar conta do fato, alguns amigos meus diriam, como já disseram, que o fato de admirar as caracterísitcias de um personagem masculino equivaleria à uma "necessidade de se ter um pênis".  Face à este eco de Freud, eu respondo: "Mentira Mentira!" da mesma forma que Hamlet grita: "Shame Shame!". Pois eu sempre quiz ter tracos que eu admiro em muita gente e entre eles Leônidas, Ricardo Coração de Leão, Alienor d'Aquitânia, Cleópatra, Rainha de Sabá, e sobretudo Penthesilea, a célebre rainha das amazonas, depois q eu assisti uma peca de teatro escrita por Heinrich von Kleist, c textos de Marina Tsvétaeva, e maravilhosamente interpretada por Carmen Jolin, sobre os amores e dramas de Penthesilea e Aquiles.

A história
Em resumo, depois de ter ouvido e lido críticas vindas de pessoas q nunca tiveram a curiosidade de procurar pelas fontes históricas, eu resumo aqui um pouco do contexto  do filme: em 499 a.C., o imperador Persa Dario sentindo-se numa posição de força envia os seus embaixadores às cidades da Grécia continental, a fim de submetê-las ao seu jugo, mas apenas a Macedónia e a Tessália se declararam vassalas da Pérsia. Inicia assim o conflito aberto entre Persas e Helenos, aonde Dario é derrotado. Xerxes, seu filho, subira ao trono em 485 a.C. com a mesma intenção de subjulgar a Grécia mas as cidades-cstados Gregas decidiram, em reação do perigo comum, pôr de lado as suas divergências tradicionais e formaram uma Liga, sob o comando de Leônidas, proclamando a reconciliação geral e declarando guerra à Pérsia (Leônidas era o chefe das tropas Espartanas, potência militar dominante na antiguidade e aonde homens e mulheres eram condicionados desde o nascimento à serem soldados profissionais). E foi desta reação geral de proteção que nasceu o que hoje conhecemos como a civilização ocidental.

O filme
Tudo começa com a tentativa de invasão da Grécia por Xerxes, que se considerava um imortal. A época não era propícia p/ guerras pois os Espartanos estavam em pleno festival religioso de Carnéia, o que os impossibilitava de lutar. Além disso 480 a.C. foi ano de Olimpíadas, durante as quais se proclamava uma trégua sagrada e cessavam as hostilidades entre todos os inimigos na Grécia. Assim, a cidade de Esparta, guerreira por excelência, tomou a frente de um exército de 300 Espartanos e de outros homens de várias outras cidades gregas, o que deveriam contar com o máximo 6.000 homens, sendo que a grande maioria eram pastores e lavradores e não entendiam nada de guerras. Segundo a New Oxford American Dictionary, Leônidas tinha um exército de 6.000 homens (300 soldados espartanos que permaneceram até o fim), enquanto os Persas tinham um exército de 200.000 à 2 mihões de soldados.

P/ os amantes de histórias em quadrinhos, esta ocasião é um prato cheio de delícias supremas em relação à renovacão e ousadia técnica e estética visual /sonora, porque o filme consegue realmente nos fazer submergir no mundo fantástico das Grafic Novels, permanecendo uma adaptação muito honesta da HQ e do recito histórico; sendo o único ítem fraco, a meu ver, o espaço dado à realidade espartana concernando as mulheres, mas que não é totalmente absente.

Esparta
Plutarco admirava as virtudes dos Espartanos, consagrando vários escritos sobre seus costumes: as crianças, meninos e meninas, depois dos setes anos eram educados pelo estado e condicionados às lutas, esportes e à uma vida frugal; desde a primeira menstruação, as meninas tinham uma vida sexual ativa e escolhiam seus amantes entre os escravos, casando-se geralmente aos vinte; só depois dos trinta anos é que os homens podiam se casar. Homens e mulheres praticavam juntos as lutas e esportes, nus ou as mulheres com uma pequena túnica aberta aos lados. As mulheres só usavam, o tempo todo, esta túnica, p/ total escândalo dos outros gregos; Ibycos de Rhégion as chamava de "aquelas que mostram as coxas" e o poeta Anacréon, quando se referia à elas usava um verbo, "dvri‹zein", no sentido de "se mostrar nua".

As Espartanas
Historicamente, eram guerreiras respeitadas não só pelo caráter bélico, pela capacidade estratégica como pela inteligência. Um recito de Plutarco diz que Gorgo, esposa de Leônidas e filha do rei Cléomène, aos 8 anos deu um conselho à seu pai de expulsar à pontapés um inimigo que queria comprar seus favores. E foi o que o rei do pai fez! Conselho de mulher era seguido à risca! Elas gozavam de uma liberdade pouco comum, permanecendo caso único no mundo antigo. Possívelmente, até hoje não exista nada comparado com a liberdade que as mulheres tiveram em Esparta, nem mesmo em nossas sociedades contemporâneas. Uma frase que ficou célebre na história é aquela de Géradas de Esparta, contada por Plutarco: “Não existe adultério em Esparta". A razão é que a noção de adultério era totalmente ignorada por eles porque as mulheres podiam ter filhos com qualquer cidadão livre, e mesmo com escravos em alguns casos, que as crianças seriam consideradas filhos do marido legítimo. Antes de casarem-se elas já tinham tido vários amantes e podiam mesmo ter filhos com estes homens pois filhos eram sempre bem-vindos socialmente. Plutarco, em "Vie de Lycurgue", conta que uma Ateniense perguntou à Gorgo: "Porque é que vcs Espartanas são as únicas mulheres à comandar os homens?. "Porque somos as únicas a dar nascimento à verdadeiros homens!", ela respondeu. Heródoto tbém conta que elas tinham suas opiniões respeitadas, pois tidas como muito inteligentes, e cita o seguinte: os gregos souberam do ataque persa graças à Gorgo, pois uma mensagem tinha sido enviada à eles, gravada numa tabuleta de madeira e coberta com cera p/ que o texto fosse escondido dos Persas. Quando a tábua chegou à Esparta, ninguém soube como ler a msg pois era muito difícil perceber que havia cera em cima dos textos, mas a rainha teve a idéia de raspá-la.

Conclusão
Reconheço a violência omnipresente no filme, mas não é maior do q de outras obras cinematográficas, como Apoclipse Now, por exemplo. 300 tem grande valor estético e técnico. Confesso que a violência me gera um mal-estar, mas o mesmo se dá quando assisto vários seriados de TV e vários outros filmes excelentes e q tbém retratam esta violência. Mas não é por isso q deixo de reconheço o valor que o filme tem através de uma estética particularmente envolvente; como trabalho com novas tecnologias, admiro muito este tipo de arte por saber o que isso realmente implica.
Mas, enfim, o filme gerou uma quantidade enorme de críticas "Politicamente Corretas" e uma batalha de oponentes politicamente corretos à procura de um detalhe p/ as acusações mais insanas umas que as outras; esta mentalidade está destruindo o bom senso geral. Há pessoas reclamando que o rei Persa era afeminado e p eles é um insulto, outros acusando o filme de homoheróico, uns dizendo que o personagem de Xerxes foi caricaturado, outros reclamando que o filme é uma propaganda política de guerra, outros dizendo q o filme quer denegrir a imagem cultural do Irã, e ainda outros ouvem e fazem eco sem analisar, e alguns sem mesmo ter visto o filme!!!

Ora, ora, o filme retrata um episódio histórico ocorrido há séculos, ninguém inventou o roteiro p/ ferir a cultura Iraniana e aliás, o roteiro segue muito bem a História e foi escrito muito antes da guerra do Irã. Mas podem questionar: porque fazer um filme destes justamente agora qdo existe esta guerra? Certo, podem. Mas na minha opiniao, isso pode ou nao ter sido falta de bom senso, tanto quanto Charles Chaplin que fez o  The Great Dictator em 1940, ridicularizou o nazismo e mesmo retratou personagens judeus ostensivos, mas foi considerado um ato de coragem.

Há alguns anos ninguém questionaria os filmes sobre a segunda guerra os acusando de denegrir a cultura alemã. Ou os filmes sobre a Guerra Fria como um ataque deliberado contra a cultura Russa. Assim, os alemães seriam vítimas dos filmes de guerra que poluíram nossas telas nos últimos 50 anos?! Charles Chaplin por ter feito entre outros o The Great Dictator, seria condenado pela critica por caricaturar um Hitler afeminado?  Isso sem contar os militares do mundo inteiro que reclamariam do fato de um dirigente militar em uniforme ter sido descrito como ignorante e ridiculo!

300 retrata como o pragmatismo bélico foi a forma de sobrevivência numa sociedade antiga. Pode ser mesmo propaganda bélica, mas pode ser tbém um clamor p o bom senso. Exatamente como nas tribos Yanomamis do Brasil aonde a mãe tem o direito de matar, no nascimento, a criança que mostra algum defeito físico que impediria sua plena aceitação social. Isso eu não estou inventando, um amigo meu que viveu 10 anos no meio da tribo, na floresta, me contou este fato. Eu fiquei possuida de raiva, mas meu amigo me acordou: vc nao pode condenar eles la e vc aqui, é a cultura deles e é uma cultura ancestral. No nosso mundo contemporâneo, esse ato é completamente bárbaro, assim que para eles é bárbaro cortar arvores no meio da floresta qdo se precisa delas p se ter alimento, medicina, protecao. Mas assim como devemos olhar certos costumes de nossos antepassados como algo que se explica pela própria época em que se encontravam, devemos fazer prova de inteligência respeitando e compreendendo cada época e costume.
Na hora da critica pela critica, muitos grupos se transformam em algozes com o mesmo pensamento e atitudes de q eles sempre foram vítimas. Particularmente vejo nisso um grande perigo, sobretudo prq muitas das cabeças pensantes da atualidade procuram se acomodar num confortável estereótipo da vítima.

Heródoto foi quem primeiro apresentou o número dos guerreiros em meio à luta e embora encontremos divergências nos números dados através dos tempos, uma coisa é certa: a disparidade numérica que levou com que a batalha terminasse com uma aparente vitória Persa, mas hélas, conseguida unicamente devido à traição de Efialtes que revelou aos Persas um caminho secreto que conduzia à rectaguarda das Termópilas, possibilitando um ataque surpresa no meio da madrugada! Entretando, os gregos conseguiram inflingir um elevado número de baixas e retardar o avanço Persa, cumprindo o objetivo de Leônidas, o que enquadra esta batalha num exemplo de estratégia militar, pois eles desejavam ganhar alguns dias à mais enquanto o resto dos Estados Gregos organizavam a defesa. A vitória Grega foi conseguirada 2 meses depois, lançando assim as bases da democracia (?) e da futura civilização ocidental e eu tive um prazer imenso em ficar lá sentadinha absorvendo um filme que marca em matéria de técnica cinematográfica. Bravo!

Plutarco: Apótegmas dos Espartanos; Apótegmas das Mulheres Espartanas; Antigos Costumes dos Espartanos.

March 20, 2007

Video Katu numa sátira de Much Ado About Nothing

Much Ado About Nothing é uma comédia de Shakespeare, publicada pela primeira vez em 1600.

Clique aqui p/ assistir e rir com o video louco que a Katu fez com os amigos, no 3 ano.

Presente que o príncipe Khalil trouxe p/ mim, do Marrocos


Última tempestade de neve














































March 14, 2007

Roy Dupuis e o peru do Gary Siniser

Roy

Roy Dupuis

Aonde surrupiei esta imagem, não constava o nome do fotógrafo... désolée.

Estou cá com meus miolos pensando no peru do Gary Siniser, ele que me desculpe, mas olhando p/ o rosto do cara eu não sei o porquê, mas só fico pensando que ele deve ter um peru fino e longo. Esta idéia me vem à cada vez que vejo CSI:NY. Não exatamente por culpa dele mas porque prefiro CSI:Miami e tbém porque acabo não acreditando na história pois antes de tudo me vem esta imagem e eu fico rindo ironizando o filme e o sério do ator que se esforça p/ eu acreditar na ação de todas aquelas tragédias de NY... mas eu tbém fico me perguntando porquê vejo tal coisa, eu... Acho que tem a ver com os traços físicos do ator ou provavelmente com minhas discriminações raciais ou étnicas, sei lá... pois vejo nele um jeito de irlandês. Mas, quem disse que irlandês tem peru fino e longo? Afinal, o quê me faz lembrar de um peru assim?

Tive, há anos atrás, um namorado escritor irlandês que tinha no rosto algo que me faz pensar nele. Mas só no rosto. Não consigo saber exatamente o quê. Imagino que seja uma expressão, um sorriso meio apertado, uma sombrancelha que arquea, uma pele muito branca. Ou aquela coisa meio "pogné", como dizem os franco-canadenses para exprimir alguém que carrega uma permanente tensão. É isso! Uma tensão constante. Enfim, esse rapaz era escritor e por uma coincidência tinha acabado de terminar um caso com uma atriz, uma menina que trabalhou no filme "La Passion Béatrice", um filme lindíssimo, por sinal, e de uma tragédia tão profunda que a menina entrou em depressão depois do filme.

Então, começo a rir de mim mesma porque foi ligando a televisão que eu dei de cara com o ator e ele me faz lembrar sempre que é um ator, não um personagem. Aí, volto a ver outra imagem que tbém me faz rir e tem a ver também com quem eu dei de cara hoje à tarde quando fui tomar café na padaria aqui do lado de casa. Eu estava sentada num dos banquinhos conversando com a proprietária quando a porta se abriu e instintivamente olhei na direção da porta mais por falta de opção porque o local é tão pequeno que não tenho muita escolha... eu olho e ele tbém me olha com aqueles olhinhos charmosos e que o tempo enrugou; no seu rosto uma preocupação e no meu uma surpresa pois dou de cara com o ator Roy Dupuis. E ainda por cima exclamo: "Ah! l'acteur!". Ele olha p/ mim, abaixa os olhos, sério, em silêncio. Eu me desculpo: "Excusez-moi". Ele me responde balançando a cabeça, se desculpando por sua vez, meio sem graça, talvez de sua reação. No momento, eu imagino que ele olha p/ o chão porque não tenho mais coragem de encará-lo, ao contrário, me forço à olhar na outra direção. Fico olhando p/ a geladeira. Esta timidez me vem também porque me lembro dele de um outro tempo e eu tenho essa coisa meia doentia de empatia. Pois de verdade, quem olha o chão sou eu, envergonhada. Mesmo assim ele me responde:"Non... ce n'est rien".

Sabem quem é ele? o
Michael do seriado La Femme Nikita.

Aí nós ficamos lá na padaria, apertadinhos porque o local é lindo mas miudinho, ele do meu lado, e eu fingindo que era normal ficar do lado do ator de "Being at Home with Claude" ouvindo ele pedir um café e 4 croissants e fazendo o possível p/ não o encarar. Visivelmente, ele não queria ser reconhecido e eu não queria incomodar. Eu, Norma, Lâmia e uma outra cliente, e ele... todos em silêncio, fingindo que não é o Roy Dupuis que está ali...
Fiquei toda tímida, igual à ele há uns 15 anos atrás, na época em que eu ia dançar no Lezard, uma boîte underground que ficava na esquina Rachel/Saint Denis e aonde eu trabalhava com
Body Painting... pois eu tinha um amigo que era trapezista e que tbém trabalhava lá, e assim, eu ganhava um dinheirão p/ pintar o corpo dele em direto, lá no Lezard; trabalhava uma hora pintando e o resto da noite eu ia p/ a pista de dança ou voltava p/ casa; além do salário, muito bom, eu tinha todo consumo e a entrada grátis (nunca fui de bbr, e de verdade, não se pagava p/ entrar, mas era difícil pois eles escolhiam a clientel, mas eu nunca fiquei na fila, mesmo antes de começar à trabalhar lá com Body Painting), e assim fui pagando a minha universidade. Aliás, a performance, subversiva e anti-convencional p/ a época, era muito interessante pois eu acabava conversando com uma porção de gente que admirava a minha pintura.
E ele, o Roy Dupuis, também frequentava o local.

Pois então, na época, eu achava ele meio engayzado, n~ao propriamente afeminado. Agora, ele tem um jeito másculo, com rugas e tudo, o que lhe dá um charme louco, sendo mais bonito e mais interessante agora do que naquele tempo quando, imagino, ele trabalhava no personagem Yves e devia frequentar o Lezard encarnando o personagem. Lembro-me de sua calça de couro apertada e cheia de metais e de suas botas de salto e bico fino; ele andava e tudo se mexia, meio desengonçado; me pareceu ser um gay tímido e inseguro, certo que todo mundo estava sacando a sua presença, evidente pois ele já era muito famoso. Então, eu fico pensando como é difícil ser ator, como se deve ter uma personalidade forte e segura.

Agora que eu escrevi o que devia escrever, isso que os dedos não podem deixar de falar, eu fico me questionando sobre a relação entre o meu antigo namorado, o Roy Dupuis e o peru do Gary Siniser.



















Aonde surrupiei esta imagem, não constava o nome do fotógrafo... désolée.



Estou cá com meus miolos pensando no peru do Gary Siniser, ele que me desculpe, mas olhando p/ o rosto do cara eu não sei o porquê, mas só fico pensando que ele deve ter um peru fino e longo. Esta idéia me vem à cada vez que vejo CSI:NY. Tanto que não gosto de ver a série, não exatamente por culpa dele mas porque prefiro CSI:Miami; mas tbém porque acabo não acreditando na história pois antes de tudo me vem esta imagem e eu fico rindo ridicularizando o filme e o sério do ator que se esforça p/ eu acreditar na ação de todas aquelas tragédias de NY... Mas eu fico me perguntando porquê vejo tal coisa, eu, que nunca fiquei imaginando que tipo de peru um homem teria.

Acho que tem a ver com seus traços físicos... talvez com minhas discriminações raciais ou étnicas, sei lá... pois vejo nele um jeito de irlandês. Mas, quem disse que irlandês tem peru fino e longo? Afinal, o quê me faz lembrar de um peru assim?

Confesso que tive, há anos atrás, um namorado que tinha algo que me faz pensar nele, mas só no rosto. Não consigo saber exatamente o quê. Imagino que seja uma expressão do rosto, um sorriso meio apertado, uma sombrancelha que arquea, uma pele branca... aquela coisa meio "pogné". Esse namorado era escritor e por uma coincidência tinha acabado de terminar um caso com uma atriz, uma menina que trabalhou no filme "La Passion Béatrice", um filme lindíssimo, por sinal, e de uma tragédia tão profunda que a ex do meu atual ex entrou em depressão depois do filme. Só não vou dizer quem é ela p/ algum dia não ficarem chamando o cara de peru fino.
De verdade, ele não tinha, mas não dou detalhes da coisa.

Então, começo a rir de mim mesma porque foi ligando a televisão que eu dei de cara com o ator e ele me faz lembrar sempre que é um ator, não um personagem. Aí, volto a ver outra imagem que tbém me faz rir e tem a ver também com quem eu dei de cara hoje à tarde quando fui tomar café na padaria aqui do lado de casa. Eu estava sentada num dos banquinhos conversando com a proprietária quando a porta se abriu e instintivamente olhei na direção da porta mais por falta de opção porque o local é tão pequeno que não tenho muita escolha... eu olho e ele tbém me olha com aqueles olhinhos charmosos e que o tempo enrugou; no seu rosto uma preocupação e no meu uma surpresa pois dou de cara com o ator Roy Dupuis. E ainda por cima exclamo: "Ah! l'acteur!". Ele olha p/ mim, abaixa os olhos, sério, em silêncio. Eu me desculpo: "Excusez-moi". Ele me responde balançando a cabeça, se desculpando por sua vez, meio sem graça, talvez de sua reação. No momento, eu imagino que ele olha p/ o chão porque não tenho mais coragem de encará-lo, ao contrário, me forço à olhar na outra direção. Fico olhando p/ a geladeira. Esta timidez me vem também porque me lembro dele de um outro tempo e eu tenho essa coisa meia doentia de empatia. Pois de verdade, quem olha o chão sou eu, envergonhada. Mesmo assim ele me responde:"Non... ce n'est rien".

Sabem quem é ele? o Michael do seriado La Femme Nikita.

Aí nós ficamos lá na padaria, apertadinhos porque o local é lindo mas miudinho, ele do meu lado, e eu fingindo que era normal ficar do lado do ator de "Being at Home with Claude" ouvindo ele pedir um café e 4 croissants e fazendo o possível p/ não o encarar. Visivelmente, ele não queria ser reconhecido e eu não queria incomodar. Eu, Norma, Lâmia e uma outra cliente, e ele... todos em silêncio, fingindo que não é o Roy Dupuis que está ali...
Fiquei toda tímida, igual à ele há uns 15 anos atrás, na época em que eu ia dançar no Lezard, uma boîte underground que ficava na esquina Rachel/Saint Denis e aonde eu trabalhava com Body Painting... pois eu tinha um amigo que era trapezista e que tbém trabalhava lá, e assim, eu ganhava um dinheirão p/ pintar o corpo dele em direto, lá no Lezard; trabalhava uma hora pintando e o resto da noite eu ia p/ a pista de dança ou voltava p/ casa; além do salário, muito bom, eu tinha todo consumo e a entrada grátis (nunca fui de bbr, e de verdade, não se pagava p/ entrar, mas era difícil pois eles escolhiam a clientel, mas eu nunca fiquei na fila, mesmo antes de começar à trabalhar lá com Body Painting), e assim fui pagando a minha universidade. Aliás, a performance, subversiva e anti-convencional p/ a época, era muito interessante pois eu acabava conversando com uma porção de gente que admirava a minha pintura.
E ele, o Roy Dupuis, também frequentava o local.

Pois então, na época, eu achava ele meio engayzado. Agora, ele tem um jeito másculo, com rugas e tudo, o que lhe dá um charme louco, sendo mais bonito e mais interessante agora do que naquele tempo quando, imagino, ele trabalhava no personagem Yves e devia frequentar o Lezard encarnando o personagem. Lembro-me de sua calça de couro apertada e cheia de metais e de suas botas de salto e bico fino; ele andava e tudo se mexia, meio desengonçado; me pareceu ser um gay tímido e inseguro, certo que todo mundo estava sacando a sua presença, evidente pois ele já era muito famoso. Então, eu fico pensando como é difícil ser ator, como se deve ter uma personalidade forte e segura.

Agora que eu escrevi o que devia escrever, isso que os dedos não podem deixar de falar, eu fico me questionando sobre a relação entre o meu antigo namorado, o Roy Dupuis e o peru do Gary Siniser.

Mistério total na Babel

Gente, vcs lembram do meu post que eu chamei de Babel, de novembro 2006? Pois é, depois de ter ficado viajando durante quase 4 meses, ao chegar em Montreal eu comecei à ouvir um BB chorando sem parar em casa. Aí fiquei sabendo que os alemães tiveram um filho... que não foi adotado. Como é que pode que a última vez que vi a mulher em novembro, ela não tinha barriga nenhuma... mistério total. Como pode alguém ter um filho e os vizinhos mais próximos não saberem que a mulher está grávida nem verem barriga? Só em país frio acontece isso...

March 09, 2007

Sibilas

Algumas pessoas me escreveram perguntando mais coisas sobre as sibilas. Deixa só eu dizer que elas não fazem parte da lenda, não, pois são antes de tudo parte da História da humanidade. Verdade! As sibilas existiram bel et bien! E foram muito ouvidas e respeitadas no mundo antigo, sendo sempre consultadas pelos governantes das nações, à ponto que após o grande incêndio do templo de Júpiter Capitolino, o famoso Capitólio, várias missões foram enviadas aos países supostos alojar sibilas afim de reconstituir os "livros sibilinos" destruídos neste incêndio. Assim, tanto o mundo pagão quanto a primitiva igreja cristã davam extrema importância aos oráculos sibilinos. Algumas versões dizem que São João foi grandemente influenciado pela tradição sibilina em suas visões do Apocalipse.
Efim, pesquisei bastante, na época em que estava trabalhando na realização de meu video e as informações foram úteis p/ vários outros trabalhos.

P/ quem não sabe muito, ou nada, aí vai um pouco:

A imagem da sibila era conhecida desde a antiga Grécia; a raiz etimológica da palavra grega Sibylla (Profetiza) vem do sânscrito Shramana, o que significaria "ser iluminado" ou "mulher sábia". A palavra faz referência à certas mulheres que tinham o dom da profecia, mulheres transmitiam os oráculos mas numa linguagem enigmática, o que deu o qualificativo de "sibilino" à escritos ou palavras obscuras, enigmáticas. Contrariamente à outras sacerdotizas oraculares, as sibilas foram mulheres independentes, não se prendendo à nenhum homem, família ou cidade em particular, pois viviam a maior parte de suas vidas numa existência itinérante, caso único no mundo antigo.

Vários textos afirmam que uma das mais antigas, igualmente a mais famosa, foi a sibila de uma região na Eritréia, na Ásia Menor! Lá, existe um problema geográfico que muitos parecem ignorar, pois a Eritréia é um país africano! Alguns escritos chegam a afirmar que a Eritréia da sibila seria uma cidade... Bom, ou estas pessoas estão copiando erros indefinidamente e não se preocupam com a fidelidade das informações que conseguem, ou a Eritréia em questão seria realmente uma cidade na Ásia Menor, ou a sibila em questão viveu na Eritréia, país, mas era originária da Ásia Menor. A realidade é que este é um dos mistérios que uma pesquisa mais profunda resolveria, mas ainda não cheguei lá.

Sabe-se que até o primeiro século antes de JC existiram doze sibilas:

Sibila da Eritréia
Sibila de Tibur (hoje Tivoli onde existe ainda o seu templo)
Sibila do Helesponto
Sibila da Anatólia
Sibila da Pérsia
Sibila da Líbia
Sibila Cimeriana, nascida na beira do Mar Negro.
Sibila de Delfos
Sibila de Samos (da ilha de Samos).
Sibila do Egito
Sibila de Marpessos (perto de Troia, hoje Turquia), ela se exprimia, segundo Héraclito, "de uma boca delirante, sem sorrir, sem ornamentos, sem pinturas e sua voz que chega para além de mil anos graças ao Deus"; ela "escrevia seus oráculos diretamente em folhas de plantas".
Sibila de Cumes (perto de Nápoles).


Enfim, elas foram muitas e permaneceram até os tempos do Império Romano, deixando consignadas grande quantidade de predições em livros oraculares. Para se ter uma ideía da importância que estes livros tinham p/ os romanos, basta dizer que eram conservados devotamente no Capitólio, considerado a primeira residência dos deuses romanos e templo de Jupiter, situado no local mesmo aonde Rômulo, seundo a lenda, decidiu construir Roma. Eles eram consultados apenas em ocasiões excepcionais.

Estes "Livros Sibilinos" foram ofertados de forma estranha ao último rei de Roma: teriam sido vendidos pela Sibila de Cumes à Tarquínio, O Magnífico, último rei de Roma, no século V d.C. Naquela época, os reis podiam ser visitados e não era raro que pedidos fossem feitos diretamente à eles em audiências abertas ao púlico. A história conta que a Sibila de Cumes veio até Tarquínio com nove livros misteriosos e pediu-lhe em troca deles uma enorme soma. O rei caçoou da velha pobre que estava à sua frente e mandou-a embora. Fora do palácio, ela fez um fogo e queimou três dos livros na frente dos guardas e enviou uma mensagem ao rei: ele poderia comprar os seis restantes pela mesma soma. Tarquínio riu ainda mais, recusando sempre pagar. A Sibila de Cumes então queimou três outros livros e ofereceu-lhe os três últimos pelo mesmo preço. Desta vez, Tarquínio consultou um conselho de sacerdotes que lamentaram a perda dos seis livros e aconselharam-no à comprar os restantes.

Estes três livros ficaram no templo de Júpiter até serem destruídos num grande incêncio ocorrido no local entre os anos 395 e 423 de nossa era. Depois deste incêndio, várias missões foram enviadas em toda parte do mundo conhecido p/ consignarem os conhecimentos das sibilas existentes. Após a destruição destes livros originais e na época dos primeiros cristãos, começou a circular nas diferentes regiões do Mar Mediterrâneo, uma série de 12 livros conhecidos sob o nome de Oráculos Sibilinos, que estes primeiros cristãos vão, gradualmente, apoderar, integrando a imagem da Sibila e des suas profecias pagãs, que serão interpretadas sob um ponto de vista cristão; aos livros oraculares sibilinos pagãos foram interpolados versos cristãos que eram incluídos ou simplesmente trocados, tendo eles palavras apagadas ou reutilizadas p/ servir a causa cristã. Entre eles, encontramos um poema sobre o fim dos tempos que é em realidade um acrostiche (versos cujas letras iniciais compoem uma palavra). Ora, o acrostiche deste poema em particular resulta na fórmula (em grego): « Iesus Xrist, Filho de Deus, Sauvador». I X O Y S, ou peixe simbólico. Atribuído à Sibila de Eritréia, este fragmento foi citado pelo imperador Constantino, traduzido em latim e usado num sermão cuja autoria foi muito tempo atribuída à santo Agostinho.

Versões musicadas de algumas profecias sibilinas foram encontradas nos monastérios de Saint-Martial de Limoges (séculos IX e X) e de Saint Oyan (séculoXIII), na França. À partir do século XIII, o Canto da Sibila já era executado nos corais das igrejas de toda Europa, em latim vulgar, na lingua occitana, em catalão e em castelhano. Em certas regiões, a tradição de representar o canto sibilino em forma teatral e em corais permaneceu até o século XVIII; em Majorca, esta tradição permanece até os nossos dias.

Interessante:
Na Capela Sixtina, no Vaticano, Michelangelo pintou cinco profetas alternados com o mesmo número de sibilas, cada profeta fazendo par com a sibila da parede oposta: a sibila de Delfos com Joel, Isaías com a sibila de Eritréia, a sibila de Cumes com Ezekiel, Daniel com a sibila Pérsica e a sibila da Líbia com Jeremias.

March 08, 2007

8 de março, Dia Internacional da Mulher


Minha amiga Alice, como Cassandra...
Fotos: K.
Copyright © K. S. Design




Este post faz parte de uma Blogagem Coletiva - Dia Internacional da Mulher, idéia da Denise Arcoverde, e que continua à cada ano. Passem lá p/ ver a lista das outras "blogueusas". Ano passado, eu falei sobre a italiana Artemisia Gentileschi (1593/1653), e a mineira Bárbara Heliodora.


Porquê 8 de março?
A data de 8 de março está ligada a uma proposta feita em 1910, pela líder comunista alemã Clara Zetkin. Agumas versões dizem que a data escolhida foi para lembrar operárias mortas durante um incêndio que ocorreu em uma fábrica em Nova York, em 1857. Existem, entretanto controvérsias quanto à esta versão, pois este acidente ocorreu em 25 de março de 1911, na Triangle Shirtwaist Company. Em todo caso, foi uma grande tragédia aonde morreram 146 pessoas, sendo 125 mulheres, todas imigrantes e a maioria com idade entre 13 e 23 anos. É bem provavél que a morte das trabalhadoras tenha se incorparado ao imaginário coletivo da comemoração do Dia Internacional da Mulher, mas a instituição de uma data comemorativa já estava sendo estudada e acabou confirmada em 1910. Em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu oficialmente a data como o Dia Internacional da Mulher.


PISTIS SOPHIA
Em agosto de 1912, Karl Jung escreveu à Freud sobre uma intuitição que ele teve à propósito de uma sabedoria antiga de origem gnóstica, essencialmente feminina, chamada simbolicamente de Sophia; Jung predizia um retorno do respeito ao feminino na história da humanidade.

Gnosticismo é um termo usado geralmente para designar religiões e/ou seitas proeminentes nos primeiros anos do primeiro século. Um texto muito importante pertencente aos gnósticos é o Pistis Sophia, que data de 250 à 300 anos D.C. e relata os ensinamentos que Jesus, depois de ressuscitado, teria passado à uma assembléia de apóstolos, entre eles Maria Madalena e Maria, sua mãe.
Pistis e Sophia são palavras gregas. Pistis tem o significado de fé decorrente do conhecimento adquirido na experiência pessoal, nunca da fé nas palavras ou atos de outros seres. Sophia significa Sabedoria que advém da experiência, da vivência, não a sabedoria adquirida em livros ou informações alheias. Pistis Sophia, livro escrito em forma de símbolos, conta a história da peregrinação da alma, e segundo os estudiosos no assunto, o livro afirma que a única forma de encontrar Deus é irmos ao encontro de nós mesmos, interiormente, pois ele habitaria nossa própria alma e teria sobretudo uma essência feminina.

O livro foi publicado pela primeira vez em 1851, na França, e bem mais tarde houve uma versão para o inglês, feita por G.R.S. Mead. Depois disso, muita água rolou, e pedras idem. A premonição de Jung data de quase um século... é, mas ele era um homem de ciências... isso pode esperar. Enfim, isso tudo me dá esperanças sobre a forma respeituosa que a humanidade começaria a olhar as mulheres.

Permanece, assim, verdadeira a atualidade do assunto e do belíssimo site Um Buraco na Sombra, aonde o capítulo intitulado imagens e sombras de santa maria madalena nos interessa mais precisamente neste dia.

Mas, vá lá.. eu dedico este post à Cassandra, a sibila troiana, personagem que fez parte de um de meus trabalhos com video que eu entitulei Le Chant de la sibylle I - Lamento , e que representa também muito nesta data.

Chant é uma palavra francesa, quer dizer canto; neste trabalho, esta palavra vem com o significado de ode, prece. O mesmo som está em champ, que é campo, espaço aberto, território. E também no português canto, no sentido de espaço.
Sibylle é a Sibila. Sacerdotisa, profetisa, o seu nome imita o som do vento; sibila quer dizer assobia e murmura. por isso, as palavras da sibila nunca são totalmente compreendidas por todos, sómente por aqueles que a escutam baixinho e de olhos fechados, deixando uma lágrima rolar em direção à boca, que vai cantando e acompanhando, em murmúrios, a história tão sofrida do mundo.

Para muitos o canto da sibila não tem nenhum sentido, suas palavras parecendo destituídas de rigor, de limites, de cronologia. É que a sibila traduz a linguagem do vento, a linguagem da sua natureza instintiva e selvagem.

Conta a lenda, que Cassandra, famosa sibila durante a guerra de Troia, não podia ser compreendida por ninguém, todos a julgavam louca. Enquanto previa um futuro funesto p/ a cidade, suas palavras eram sempre abafadas por gritos de injuria e de piedade, ao ponto que o seu canto não pôde mais parar. Ela continuou, assim, murmurando e chorando suas visões até se encontrar sózinha, de pé, em meio aos escombros da cidade.

March 07, 2007

Muito boa a matéria que a Denise Arcorverde escreveu sobre a história do aborto.

Querem ver o que é neve?







March 05, 2007

05 março, dia da preguiça


March 03, 2007

I want my Old blogger!!!!! o blogger ficou uma m..... depois da renovação....

Fui colocar em dia o meu blog e me veio esta coisa mal feita e horrível que eles inventaram. Resultado: perdi várias infos qu estavam no blog e que me custaram muito tempo p/ disponibilizar, além de terem tirado os comentários antigos que eu guardava, tiraram também os links com o technocrat e outros links importantes, além de terem tiado um bando de scripts manuais que me levaram um século p/ colocar em dia e funcionando maravilhosamente bem. Estou pensando seriamente em abandonar este BLOGGER, que está ficando uma m.....**&**&&**&&*.....

Boris Vian e o trabalho

“O paradoxo do trabalho é que, no fim de contas, trabalhamos apenas para o suprimir. E, ao recusar constatar com honestidade o seu carácter nocivo, acordamos-lhe todas as virtudes que mascararam o seu lado fatal. De fato, o verdadeiro ópio do povo é a ideia que se lhe dá do trabalho.”



March 02, 2007


Já que o assunto é família, vou falar dela que tem na minha cabeça uma imagem de matrona gorda, baixinha, simpática e dura ao mesmo tempo, e preta.... preta como um tição, peituda, engraçada, pele lisa e simpática, abraço gostoso, cheia de dengo e riso. Tudo o que não tive. Porque o que ficou na lembrança do nome, foi mesmo a coisa dela, inflexível memória. O pai era de família nobre holandesa, a mãe também porque eram primos, e o nome está em livros de história como Savoie, a parte afrancisada, mas em flamengo é mais complicado e cheio de van e der. Em todo caso, isso de nome carrega importância básica porque cria laços e obrigações. E dura até hoje!

Depois
Primeiro eu fechei os olhos, depois eu me sentei no vazio da noite e fiquei lá, agachada, esperando.

Fui abrindo devagar as persianas. Cheio o ar daquele sentir mofado de coisa esquecida, e no meu nariz. Como poderia adivinhar eu que a solidão dele pesava tanto em mim que no vazio das palavras que ele não sabia exprimir? E era culpa minha?, eu pensei. E pensando continuava acubranhada. Tanta miséria humana cheia na sola do sapato... e tudo por causa do reitor, ele que disse que vaca tinha uma bosta que não fedia. Ele, o ignorante.

Ontem, a velha me deu um sorriso destentado. Mais um. E eu fiquei com nojo e vergonha de mim mesma porque não quiz me sentar na frente dela e daqueles dentes faltantes e que iam crescendo em proporções desumanas tão grandes que eu que era antes tão cortês comecei a evitá-la por causa do dente, do podre e dos outros, os faltantes. Perco a fome e a vontade de comer olhando a boca dela que não para de sorrir e de me dizer que trabalhou toda a sua vida desde pequena nas casas mais ou menos de Lisboa. Isso na juventude dela, que nasceu em Santarém, terra que era também do meu 7 avô, o mesmo que era um Marques da Fonseca de prenome Luís e que se casou com uma Bessa.

Eu
fui entrando com cuidado, olhando muros e medos atravessando as frestas da janela da sala. E o sol. A mão negra dela segurou a persiana encardida e ele acordou, ranzinza, me olhando eu, cheia de silêncio de manhã e a fome de profundezas que eu queria roubar dos olhos dele, querendo também uma pitada de atenção mais prolongada que essa face disforme de acordar tão apressado e descontente. E eu tremento do anseio de mim mesma, olhei pra frente e pra dentro, entrando, entrando, entrando sem fim lá num cantinho que eu fiquei segura.

Até o final de tudo.


Ouvindo Nick Cave

Carmo, Salvador (BA)



Querem ver mais fotos do Carmo ? (com a máxima qualidade), cliquem aqui (mas sabendo que os e-mails de vcs têm que estar nos meus contatos senão não podem ver nada não, e eu só coloco nos meus contatos os conhecidos, e conhecidos de conhecidos).






























Cheguei!!!!!

Cheguei em Montreal finalmente depois de ter passado momentos muito gostosos com Neida, Jaciara, Adail e as meninas. Pena que foram à velocidade da luz. Pena também que não me lembrei de tirar mais fotos....
Chegando no aeroporto de Montreal, encontrei Ciro e Katu com rosas vermelhas me esperando. E fomos direto p/ o "Le Commensal" comemorar o aniversário do Cirinho. Eu fui o presente dele. Mas, cá entre nós, não tem nada melhor do que a nossa casinha e o aconchego de uma família amorosa, né? É esta a vantagem do inverno, sentir este calorzinho que esquenta a alma aqui de dentro, sentadinha no sofá e olhando a neve cair pela janela, tomar o chocolate chaud com canela... matar a saudade dos cômodos não visitados todos estes últimos meses, receber os telefonemas dos amigos impacientes das novidades, olhar as correspondências acumuladas... enfim, estar aqui de novo no meu ambiente, com meus livros, meus cds, minhas flores, meus tapetes e a minha gente.
A pena foi que não deu p/ visitar o Francisco em Barbacena, o Augusto em Prado, a família em Rio Claro, Ibitipoca, Tiradentes, Olaria, a Jozelda em Santana do Deserto e a Lena em Curitiba. Coisas que ficarão "p/ a próxima....".