Writing, Flying and Huevos Revueltos

August 20, 2006

Restaurantes/ botecos/ congêneres em Montreal: cappuccino e sanduíche de prosciutto no Café Italia, na Petite Italie

Ontem, acordamos tarde e zapamos p/ o Café Italia, na Petite Italie. É simples: final de semana batemos perna o tempo todo e o Café Italia assim como o Marché Jean Talon fazem parte da nossa agenda quase semanal. Isso foi, digamos, p/ o almoço, o jantar sendo no La Paryse, e depois demos um pulo p/ comer a sobremessa do Le Commensal.

Estou aproveitando a chuva p/ escrever no blog, então aí vai rapidamente sobre cada um deles: sou uma pessoa fiel e quando gosto de um lugar, frequento com assiduidade. O Café Italia eu conheço do tempo do Gino, que há alguns anos atrás pegou seus pênates e voltou p/ sua terrinha. Hoje em dia tem alguns empregados principais e sei de olho quem é que faz o melhor cappuccino e quem faz o melhor sanduíche. Não vou dar a dica p/ não encher de sapo pois já disse, sou fiel, mas posso aconselhar uma coisa: em Montreal, evite tomar café em lugares caros porque são geralmente ruins. O melhor café de Montréal esta na área da rua St-Laurent, e um destes lugares é o Café Italia, uma verdadeira instituição italiana daquelas dos velhos tempos, tipo boteco de encontro de mafiosi mas que virou cool e agora é frequentado por gente que quer aparecer. Isso muito embora os velhinho italianos continuem lá, felizmente, porque senão não teria graça, e ficam sentados no banco em frente da porta, do lado de fora, ou lá dentro, sempre olhando p/ a bunda e peitos da mulherada que passa na calçada.

O lugar agora é frequentado, além dos italianos do bairro, por estudantes, artistas, intelectuais e infelizmente, turistas! (poucos, graças à Deus!) Só não vou falar mais porque sempre gostei do ambiente não invadido por gente que não sabe apreciar nem um bom cappuccino nem um bom sanduíche de prosciutto feito pelo Peter, o do narigão. Se vc é desses, favor s'abstenir e vá aparecer num dos restaurantes da Saint Laurent perto da Sherbrook.


K.
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Restaurantes/ botecos/ congêneres em Montreal: La Paryse - melhor hamburger de Montreal ou do mundo?


Tá bom, segundo o prometido p/ muita gente, vou falar mais de lugares interessantes de Montreal. Ontem a gente foi comer na La Paryse porque tinha alguém querendo comer hamburger. É um lugar muito bom p/ se jantar em geral, se vc estiver à fim de comer esse tipo de comida, que não chega à ser fast-food, digamos, é um fast-food mais chique, e mais gostoso (dizem). É um Cafe também, e vc pode ir p/ tomar uma cerveja, ou simplesmente, um hamburger. Segundo o pessoal que come carne e os conhecedores em geral, é o melhor hamburger de Montreal e um dos melhores do mundo!!! Pois é, dizem que é verdade.
Eu não como nem nunca comi carne, mas sou a única que conheço, todos os meus amigos e familiares sendo carnívoros dos bons... Sei que no La Paryse têm escolhas entre tipos de queijos e carnes... enfim, vc escolhe como quer comer o seu hamburger (cream cheese ou blue cheese, por exemplo). As batatas fritas são gostosíssimas. E o ambiente também.

É um dos lugares aonde vc deve passar quando vier em Montreal pois faz parte da história da cidade, já está encravado nela. Conheço o lugar há mais de 17 anos, e já comi lá com muita gente, acompanhando os hamburgers de muita gente boa, depois de um espetáculo na rua Saint Denis, ou no Festival de Jazz, Place des Arts, etc, porque é um lugar perto de tudo, no caminho de teatros, cinemas, salas de espetáculo, etc. E foi sempre um lugar cheio de gente e com um ambiente e clientela interessantes, de vez em quando com muitos estudantes, outras vezes com artistas apressados, o pessoal do cinema, do curso de comunicação e do teatro. Tem cheiro de gordura, mas não chega à incomodar pois o ambiente e o serviço são agradáveis, principalmente se vc está com amigos bebendo uma cervejinha gelada no verão (muito embora eu não seja das melhores fãns de cerveja, existe exeções p/ um fim de tarde depois de termos trabalhados como loucos num projeto difícil....).

Endereço : 302 Ontario leste, pertinho da St-Denis (Metrô Berri-UQAM ou Sherbrooke). Tel. : (514) 842-2040

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Blogs portugueses

Está caindo um aguaceiro descomunal lá fora e isso faz aflorar em mim aquela nostalgia dos momentos tranquilos e profundos que vêm sempre, ou quase sempre, acompanhados de uma florissante energia creativa. Gosto destes momentos. Assim como gosto de ler os blogs portugueses. E eu estava lendo um mesmo neste momento quando pensei que vivo deixando p/ depois a oportunidade de dizer aqui o quanto eu admiro os blogs portugueses que encontro na rede, pois na minha opinião, é em definitivo o conjunto dos blogs mais interessantes com os quais nos deparamos nestas esquinas virtuais, sobretudo se falamos de cultura em geral, arte contemporânea e literatura em particular, sobretudo literatura. Em uma palavra, cultura informativa de boa qualidade.

Pessoalmente, eu vejo uma poesia imensa na expressão escrita portuguesa e, muitas vezes, essa característica me faz pensar à Guimarães Rosa e à região do Gerais baiano. Morei nesta região e sei do que falo, e sei também que o palavreado de Guimarães Rosa era característico desta região antes da chegada da rede Globo, palavras só encontradas no dicionário e utilizadas poeticamente e de forma específica.

Enfim, nós brasileiros perdemos muita coisa ignorando, e muitas vezes desprezando, a cultura portuguesa. A cultura e os indivíduos. Digo isso porque como é de conhecimento geral, existe no brasileiro um culto à uma pretensa ignorância portuguesa. Isso é muito triste porque deixa os brasileiros atarracados à uma incapacidade de ir buscar, seriamente, prazer e trocas intelectuais com nossos ... nossos o quê? Bom, a gente trata os portugueses como se fossem nossos irmãos desconhecidos e abandonados, só não sabemos se são mais velhos ou mais jovens do que nós... mas em todo caso, deixados num cantinho da despensa p/ utilização em caso de urgência.

Enfim, eu estava lendo agora um que é de uma leitura tão agradável quanto informativa. Olhem um trecho:
"É quase impossível que quem tenha tanta coisa a dizer, diga alguma coisa de jeito. E vem isto a propósito de Juan Rulfo, um fotógrafo e escritor mexicano, que só há pouco descobri nos cafundós dos armários imensos. Ao invés dos industriais da escrita e da novela deste mundo, Juan Rulfo, discreto funcionário público do estado mexicano, com uma vida fantástica e atribulada como poucos, tinha uma única história a contar. Uma só coisa a dizer. Escreveu um livro em 1955, publicou-o e nunca mais escreveu romance nenhum, até falecer em 1986. O que tinha a dizer, disse-o ali e nunca mais abriu a boca. O seu único livro, “Pedro Páramo” é um livro fabuloso. Uma obra prima do Realismo Mágico, mas anterior a qualquer das obras do Gabriel Garcia Marquez ou do Miguel Angel Astúrias. De Pedro Páramo, uma obra pequena com pouco mais de 100 páginas, disse Borges: "Pedro Páramo es una de las mejores novelas de las literaturas de lengua hispánica, y aun de toda la literatura"Uma vez perguntaram a Juan Rulfo porque não escreveu mais nenhum romance, porquê o filho único. Respondeu, que o que tinha a dizer, disse-o ali ".


O blog em questão é TAPORNUMPORCO.

Mas tem mais outros como eu já disse e tranquilamente vou falando deles.



K.
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