Writing, Flying and Huevos Revueltos

April 17, 2006

Projeto Releituras e Jack Kerouac


Meu conto gótico no Releituras
Leiam um dos meus contos no Projeto Releituras, que é um excelente site p/ quem curte literatura.

Jack Kerouac e a Beat Generation
Quando dizem que na vida a gente obtém o que quer, é verdade. Eu era vidrada em Jack Kerouac e na Beat Generation e o meu sonho era viver no mundo deles, como eles. E sem premeditar ou mesmo perceber, tranquilamente foi o que aconteceu, e este espaço de tempo foi o suficiente p/ eu me conscientizar que certos eventos literários vividos com graça e elegância no papel e quando lidos, podem ser assustadoramente trágicos. A vida, simplesmente. Embora na minha alma a beleza daqueles momentos dilacerantes e dramaticamente verdadeiros, e singelos, tão inocentes, sem alguma máscara ou artifícios, tenham deixado uma marca profunda. Eu sou muito feliz por ter vivido isso.

O dia em que ouvi meu amigo falando no telefone com seu co-locatário, eu sabia que a voz indistinta no outro lado da linha seria um grande amor na minha vida. Uma emoção totalmente nova entrou na minha consciência e quando ele ultrapassou a porta da frente e me convidou à tomar um café -eu me sentei na sua frente e olhei aqueles olhos azuis profundos e pela primeira vez na minha vida olhei profundamente lá dentro dos olhos de alguém com coragem e paciência e o tempo – que nos corrói por dentro- de ver não somente a superfície (e ele não desviou o olhar nem os abaixou -seus olhos infinitos-), eu soube que um anjo vagabundo estava ali na minha frente. E não era questão de um sonho focalizado em Jack Kerouac não, pois eu tinha me esquecido dele à muito e portanto os próximos anos da minha vida iria copiar no palco de Montreal e através da febre de jazz -pianos e saxs daquelas noites frias- os passos de algumas existências que se assemelhavam sem mesmo mostrar uma ínfima suspeita. Eu tinha me esquecido, ou nunca sabido até então, que Kerouac era de origem franco-canadense justamente, seus pais tendo emigrado do Québec para Lowel.


Minha amiga que eu gosto muito
Conheci ela na rua Sherbrook, passeando; não, p/ ser mais exata, atravessando a rua. Uma coisa mesmo estranha é que embora eu nunca tenha tido um interesse particular pelas culturas orientais em exceção do Vietnam e do Cambodja, eu sempre desenvolvi grandes e profundas amizades com pessoas vindas destas culturas. Minha falta de interesse sempre veio, confesso envergonhada, que sou arisca à certas expressões culturais e artísticas como os móveis -eu juro- pois tenho horror do design dos móveis japoneses e chineses sobretudo! Mas não é minha culpa pois sempre fiz um grande esforço p/ entender e mesmo gostar, mas está acima de minhas forças.

Mas as amizades que crio com pessoas destas culturas sempre foram verdadeiras e quase eternas. É com minha amiga sul-coreana que conheci no meio da rua, Jean O., que passo horas falando sobre a diferença da percepção que temos do mundo. E fico abismada de verificar, mas sem analisar o porquê exatamente, de como os coreanos do sul são parecidíssimos com os sul americanos, mas sobretudo com uruguaios e peruanos. Esta minha observação é puramente subjetiva e eu deveria acrescentar, com uruguainos e peruanos que eu conheço. Mas, em todo caso, espero que vcs tenham entendido. Isso p/ dizer que constatei que existem mais afinidades entre sul-coreanos, chinese, vietnamitas, cambodjanos com as culturas da américa latina do que com europeus ou norte americanos. Será que é por causa da herança dos povos autóctones? Não sei. Talvez eu possa acrescentar os tibetanos nesta lista, embora eu não tenha tido amigos tibetanos e nem conhecido profundamente algum deles mas tenha conversado com muitos em várias ocasiões, tanto no Canadá quanto na França e à primeira vista eles são muito parecidos com brasileiros, pasmem!

k.
Wings: Writing, Flying and Huevos Revueltos
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