Writing, Flying and Huevos Revueltos

April 26, 2007

QUANDO O CORPO CURA - auto-hemoterapia

Este artigo, de autoria de Ralph Viana, será matéria de capa do próximo BEM ESTAR, de Porto Alegre.

QUANDO O CORPO CURA
Uma terapia simples e eficiente, que aproveita os recursos do próprio corpo, dissemina-se pelo Brasil e é discutida em jornais e em programas dominicais da televisão.
Por Ralph Viana.


Uma prática tradicional da saúde, utilizada desde 1911, está nas manchetes de jornais e programas de televisão do Brasil em 2007. Não por seus reconhecidos e comprovados benefícios, mas porque querem interditá-la, mesmo sem conhecerem suas bases e as experiências feitas a respeito. A manchete do programa Fantástico excedeu em seu julgamento prévio, "auto picaretagem", apesar de mostrar depoimentos de várias pessoas que declararam que melhoraram enormemente com seu uso, depois que médicos desistirem de seus casos.

Na intenção de trazer informações substanciais e profundas a seus leitores, e não penas opiniões, o BEM ESTAR decidiu dedicar sua matéria de capa a este assunto que atualmente ocupa o lugar central nos debates sobre técnicas terapêuticas complementares.

O QUE É?
Auto-Hemoterapia é uma técnica de estimulação imunológica que consiste da retirada de sangue da veia (da prega do cotovelo) e reposição imediata no músculo da nádega ou do braço da própria pessoa, estimulando assim o Sistema Retículo-Endotelial (S.R.E), o que provoca a quadruplicação dos macrófagos em todo organismo (ABMC, 2004).

Segundo o médico Ricardo Veronesi, o macrófago é uma célula importante no mecanismo de defesa do sistema imunológico do organismo, já que responde por várias funções: destruição de vírus, bactérias, complexos auto-imunes e células anormais (neoplásicas); eliminação do excesso de colesterol; limpeza de esteróides; regulação de hormônios; auxilia na desintoxicação do organismo e metabolismo de drogas; remoção de microagregados de fibrina e prevenção de coagulação intra-vascular. Portanto, a auto hemoterapia funcionaria como uma vacina inespecífica, estimulando o organismo a fortalecer suas defesas contra qualquer agressão externa. Esta é sua função primordial.

UM POUCO DA HISTÓRIA
Apesar dos vários comentários das "autoridades" médicas, afirmando que a auto hemoterapia não tem fundamentação científica ou estudos prévios, uma simples pesquisa é suficiente para traçar seu percurso histórico.

Em 1911, o médico F. Ravaut registrou sua utilização em diversas enfermidades infecciosas, em particular na febre tifóide e em várias dermatoses. O Dr. Ravaut usou também a auto-hemoterapia em certos casos de asma, urticária e estados anafiláticos (Dicionário Enciclopédico de Medicina, Tomo 1, de L. Braier).

Em 1912, o professor Sicard, da Sorbonne, Paris, utilizou-a empiricamente em tratamento de infecções e também para tratar da acne juvenil, com resultados muito positivos. Tal prática disseminou- se na Europa.

Em 1941, o Dr. Leopoldo Cea, no "Dicionário de Términos Y Expressiones Hematológicas", pg. 37, cita: Auto hemoterapia: "método de tratamento que consiste em injetar a um indivíduo cierta cantidad de sangre total (suero Y glóbules) tomada de este mismo indivíduo". No mesmo ano, o Dr. H. Dousset, coloca a auto–hemoterapia na classificação de técnicas indispensáveis: "É muito útil em certos casos, para dessensibilizações".

Em 1976, Stedman, no "Dicionário Médico", 25ª edição, pg. 129, cita a utilização da auto hemoterapia, descrevendo seu procedimento. O mesmo acontece no livro "Index Clínico" – Alain Blacove Belair, publicado em 1977.

Ou seja, a auto hemoterapia é uma técnica reconhecida há muito tempo no campo médico, indicada por várias autoridades e com vários estudos publicados. Portanto, não cabe os argumentos das "autoridades" de que se trata de uma técnica pouco conhecida e sem estudos realizados.

Brasil na Vanguarda - Mas no Brasil é que foi realizada a pesquisa mais esclarecedora sobre o tema. O professor Jésse Teixeira, médico consagrado em nosso país (talvez o médico brasileiro mais conhecido entre as décadas de 1940/60) , provou que o Sistema Retículo-Endotelial era ativado pela auto-hemoterapia, em seu trabalho publicado e premiado em 1940 na "Revista Brasil – Cirúrgico", no mês de Março.

Dr. Jésse Teixeira provocou a formação de uma bolha na coxa de pacientes, com cantárida, substância irritante. Fez a contagem dos macrófagos – células de defesa do sistema imunológico. Antes da auto-hemoterapia, a cifra foi de 5%. Após a auto-hemoterapia a cifra subiu a partir da 1ª hora, chegando após 8 horas a 22%. Manteve-se em 22% durante 5 dias e finalmente declinou para 5% no 7º dia após a aplicação. Ou seja, o estudo comprovou que a auto hemoterapia
provoca a quadruplicação dos macrófagos, aquelas células multi-funcionais do sistema imunológico descritas por outro eminente médico brasileiro, Dr. Ricardo Veronesi. Uma pesquisa científica conclusiva.

ESTUDOS IMPRESSIONANTES!
A partir dessa constatação, Dr. Jésse Teixeira realizou um estudo com a aplicação da auto-hemoterapia em pacientes que foram submetidos à cirurgia de pulmão, comprovando seu impressionante efeito: 0% de infecção hospitalar ou complicações pós-operatórias! Utilizou ele a autohemotransfusão de 20 cc logo após a operação; estando o doente ainda na mesa de operação.

A pesquisa foi baseada em 150 observações, das quais, a maioria, pertencentes à cirurgia de urgência (sem realização de profilaxia prévia), através dos casos passados pelo Serviço "Daniel de Almeida" a cargo do Dr.Jorge Doria, no Hospital de Pronto Socorro, no Rio de Janeiro, em 1937. Esta foi a primeira pesquisa brasileira publicada sobre o assunto, tendo sido premiada na
categoria de originalidade, em março de 1940, na Revista "Brasil Cirúrgico". (Nota do Redator: Tenho disponível o trabalho, tanto xerocado em sua grafia original, quanto com ortografia atualizada).

Nosso país, que tão raramente se destaca no campo da pesquisa em qualquer área, obteve, através deste trabalho, uma posição de destaque na pesquisa médica no campo da imunologia. O não conhecimento desta pesquisa e sua não utilização na saúde pública por décadas mostra o quanto não é valorizada a iniciativa dos pesquisadores nacionais (vale lembrar que tivemos um presidente,
Tancredo Neves, que morreu de infecção hospitalar!)

Outros trabalhos significativos foram feitos pelo Dr Luiz Moura, eminente médico carioca, o primeiro presidente médico do INAMPS. Quando estudante de Medicina, Dr. Moura acompanhou o trabalho de seu pai, Dr. Pedro Moura, aplicando a auto-hemoterapia em pacientes que iriam à cirurgia, na Casa de Saúde S. José, no Rio de Janeiro, com a finalidade de evitar infecção ou complicações pulmonares pós-operatórias.

Fala o Dr. Luiz Moura: "Entre 1943 e 1947, quando cursava a Faculdade Nacional de Medicina apliquei a auto-hemoterapia seguindo a indicação de meu pai, Professor Pedro Moura, nos pacientes que ele operava na Casa de Saúde S. José. A primeira aplicação era feita na residência do paciente e a segunda 5 dias depois, na Casa de Saúde, no quarto do paciente. A dosagem era sempre de 10ml. A finalidade da aplicação era evitar infecção ou outra complicação infecciosa
pulmonar, já que a anestesia na época era feita em geral com éter, que irritava bastante os pulmões. O cirurgião geral, Dr. Pedro Moura, adotou este método face ao sucesso da experiência do Professor Jésse Teixeira que registrou em 150 cirurgias as mais variadas, 0% de complicações infecciosas post-operatórias, em 1940".

Dr. Luiz Moura depois de formado continuou aplicando a auto- hemoterapia em casos de acne juvenil e dermatoses de fundo alérgico. Em 1976, um fato ampliou sua visão sobre a técnica: aplicou a auto- hemoterapia no Dr. Garófalo, seu colega e amigo, que estava com obstrução arterial na coxa direita. Durante 4 meses, de 7 em 7 dias aplicou 10 ml de sangue. Após este período, o Dr. Garófalo, já podendo caminhar normalmente, submeteu-se a novos exames e comprovou que a artéria estava livre de obstrução, e indicou ao Dr. Luiz o trabalho de outro eminente médico brasileiro, que pesquisava na mesma linha na imunologia, o Dr. Ricardo Veronesi abrindo o campo para o tratamento das doenças auto-imunes.

A partir de diversos tratamentos e estudos de caso, o Dr. Luiz Moura passou a ser considerado uma referência mundial na utilização da técnica de auto-hemoterapia, tanto como pesquisador quanto como divulgador. Suas pesquisas e prática clínica passaram a indicar um grande leque de possibilidades da aplicação da auto- hemoterapia, além de outros procedimentos terapêuticos
complementares. A respeito de seu trabalho inovador, foram gravados dois vídeos, de cerca de 2 horas e meia de duração cada: o "Energia da Vida" (realizado em 1992 por Luiz Sarmento e Ralph Viana) e "Auto- hemoterapia – Contribuição para a Saúde" (março de 2004, direção de Luiz Sarmento e Ana Martinez), que foram os vídeos que deram a dimensão nacional à auto hemoterapia e que foram citados e mostrados no Fantástico.

A disseminação da auto hemoterapia é visível também na internet, onde há inúmeras referências a tratamentos e aplicações (como nas diversas enfermidades do tipo anafilático: coriza espasmódica, asma, eczemas, urticária, etc.
– ver www.megasalud.com.mx ).

Na pesquisa na internet, constatamos que em Scottsdale, no estado de Arizona - EUA, o tratamento com a auto-hemoterapia (em diversas enfermidades) pode ser incluída no Plano de Saúde Pessoal, no Envita Natural Medical Center da America.
(www.behealthyamerica.com/therapies/autohemotherapy.htm ).

Também na rede (www.InstituteOfScience.com ) está disponível o impressionante trabalho de 296 páginas: "AUTOHEMOTHERAPY REFERENCE, MANUAL & HISTORICAL REVIEW - Autologous Blood in the History and Future of Medicine: From Bloodletting to Stem Cells Incorporating considerations of associated fields of AUTOLOGOUS-VACCINE-THERAPY and AUTOTHERAPY", escrito por S.Hale Shakman, Ph. D, do INSTITUTE OF SCIENCE. [1]

UM CASO EMBLEMÁTICO
O Dr. Luiz Moura é pródigo em detalhes em suas anotações sobre os mais diversos casos que tratou com a auto hemoterapia. Um deles abriu as portas da utilização da auto hemoterapia como coadjuvante no tratamento das doenças auto-imunes (quando o próprio corpo se ataca). Em suas palavras: "Em setembro de 1976 internou-se na Clínica Médica do Hospital Cardoso Fontes uma paciente cujo diagnóstico foi esclarecido pela consultora dermatológica da Clínica, Dra. Ryssia Alvares Florião. Feitas as biópsias nas mamas, abdômen e coxa de A.S.O. (F) – 52 anos, e encaminhadas estas à patologista do Hospital, Dra. Glória de Morais Patello, o diagnóstico foi: esclerodermia, fase final.

A Dra. Ryssia que tinha sido residente em Clínica Dermatológica em Nova York, Estados Unidos, para onde convergiam os pacientes com esclerodermia, disseque "pouco podia fazer pela paciente, pois aquela Clínica era nada mais que um depósito de esclerodérmicos"

Iniciei o tratamento da paciente no dia 10/09/1976. Com a intenção de provocar o desvio imunológico (as defesas passarem a se concentrar no sangue injetado) e assim aliviar a paciente, apliquei 5 ml de sangue em cada deltóide e 5ml em cada glúteo, de 5 em 5 dias. A paciente já não caminhava há 8 meses e não deglutia sólidos, só líquidos, devido a estenose do esôfago. Um mês depois, no dia 10/10/1976 a paciente saía andando do Hospital, com alta melhorada
assinada pela Dra. Ryssia.

A paciente continuou o tratamento com a dose de 10 ml de sangue por semana. Em maio de 1977, sete meses depois, a paciente A.S.O. foi reinternada para avaliação, sendo constatada uma grande melhora em relação ao dia 10/10/1976 quando teve alta no ano anterior.

Surgiu na ocasião um concurso patrocinado pelo Laboratório Roche/Hospital Central da Aeronáutica. Redigimos então um trabalho minuciosamente documentado tanto com exames complementares como também com fotografias em slides da paciente em setembro de 1976 e maio de 1977. Surpreendentemente,o concurso cujo tema era originalidade, não publicou o trabalho".

Aí começa a desvendar-se o lado sombrio e subterrâneo dos interesses contrariados por esta tradicional prática médica. Afinal, a auto hemoterapia, por estimular o sistema imunológico provou sua eficiência em diversas patologias sem a utilização de medicamentos! Uma seringa e uma agulha ao invés de remédios caros e de uso continuado. Fica evidente que os interesses mercadológicos da poderosa indústria farmacêutica são confrontados por uma prática simples e de comprovada eficiência (zero de infecção hospitalar em 150 casos é uma boa medida, não?).

DISSEMINAÇÃO, RESISTÊNCIAS E INTERESSES
Os diversos casos citados pelo Dr. Luiz Moura em vários artigos e por outros profissionais que passaram a utilizar a auto hemoterapia, como a enfermeira Ida Zaslavsky, em Florianópolis, chamaram a atenção de vários profissionais em todo o Brasil, que também tiveram acesso ao vídeo e passaram a incluir esse procedimento em suas clínicas. Os incontáveis resultados favoráveis com este tratamento coadjuvante (a auto hemoterapia é utilizada de forma complementar) e a conseqüente divulgação boca a boca por parte dos pacientes beneficiados tornou-a rapidamente popular. Afinal trata-se de uma terapia eficaz e barata, com mínimas contra indicações, própria para um país pobre e com um sistema de saúde precário. Em Recife passou a ser utilizada na rede pública, em Postos de Saúde, com bons resultados, segundo o médico que está à frente do projeto e que fez esta declaração ao Fantástico.

A resposta das instituições profissionais da saúde não demorou. Não reconhecendo as evidências, propondo mais estudos ou sua utilização na rede pública, mas surpreendentemente desaconselhando seu uso, como alguns conselhos de medicina e de enfermagem fizeram (a princípio até que estudos mais conclusivos fossem feitos). E, pior, simplesmente proibindo sua prática, como fizeram alguns conselhos estaduais, baseados no argumento de que não se trata de um procedimento científico!

A discussão sobre cientificidade, seus métodos e limitações, é pertinente, mas não cabe no espaço deste artigo, até porque os dados e estudos sobre a auto hemoterapia citados são mais do que abundantes. O que cabe é perguntar por que se proíbe arbitrariamente um procedimento médico tradicional que não utiliza medicamentos, apesar das evidências, de vários estudos e de inumeráveis relatos pessoais positivos?

A auto hemoterapia poderia ser criticada por sua suposta menor eficácia comparada aos medicamentos modernos, ou por ser um procedimento fora de uso (como as ventosas) pela medicina tecnológica atual. Mas sua proibição, extemporânea e irracional, gera a inevitável conjetura: que interesses estão sendo
contrariados? Quem está perdendo com a disseminação da auto hemoterapia? Serão aqueles que apregoam e têm lucros fantásticos (boa a lembrança do nome) com a venda de medicamentos?

Com certeza não são os pacientes que se submeteram ao procedimento, pois em todas as matérias publicadas em jornais e as veiculadas pela televisão, não apareceu nenhum cidadão ou cidadã reclamando de sua ineficácia, muito pelo contrário.

COMENTÁRIOS FINAIS
Seria de se esperar que os dirigentes desses conselhos, de medicina e de enfermagem, estudassem minimante o tema antes de se pronunciarem publicamente ou interditarem a utilização de uma técnica tão bem avaliada por seus usuários, tanto por sua eficiência quanto por seu baixíssimo custo (além de evitar todos os efeitos colaterais conhecidos provocados pelo excesso de medicamentos). A resposta ao Fantástico do médico que condenou a sua prática, à pergunta sobre o porquê de tantos depoimentos favoráveis de clientes da auto hemoterapia, "É o efeito placebo", mostra o despreparo de alguém a quem caberia dar uma resposta científica, tão cobrada por ele na condenação.

Só nos resta constatar que no Brasil do vale tudo, só não valem, verdadeiramente, os interesses da população. Mas é inevitável que, como disse Caetano Veloso, "enquanto os homens exercem os podres poderes", a população faz seu papel, cuidando da melhor maneira de sua saúde, pois os poderosos nunca o fizeram.

O movimento em prol da hemoterapia está crescendo fortemente entre seus usuários (vide comunidade no orkut), que afirmam que continuarão a utilizá-la, independentemente da decisão "oficial". Profissionais de saúde estão passando a assinar um necessário termo de responsabilidade (feito por advogados
usuários da auto hemoterapia) para continuarem exercendo seu direito de ajudar seus clientes. O movimento cresce.

É provável que este momento fique na história com a mesma marca da "Revolta da vacina", quando várias "sumidades" e "autoridades" quiseram proibir e incitaram a população a resistir à vacinação contra a febre amarela, no Rio de Janeiro. A determinação de Oswaldo Cruz conseguiu ultrapassar as resistências e
as vacinas (consideradas "uma prática perigosíssima" por aqueles), salvaram milhões de pessoas. Inacreditavelmente, cem anos depois estamos novamente frente o mesmo dilema (com outros interesses por trás, é claro). O Brasil é um país sui generis.

[1] Nota da k. autora deste blog: Institute Of Science -1158 26th St., #323 - Santa Monica, CA - 90403 (310)281-6760. Email: mail@instituteofscience.com.
Segundo S. H. Shakman , diretor executivo do Institute Of Science, em Santa Mônica, Califórnia, eles estão fazendo pesquisas sobre a auto-hemoterapia: "We have been engaged in intensive studies involving:The practice of "Autohemotherapy", the predominantly extravascular reinjection of autologous blood. Autohemotherapy appears to be the culmination of centuries of utilization of autologous blood in therapy, encompassing activities ranging from bloodletting to the latest trends in bone-marrow and stem cell transplantation".
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O artigo sobre a auto-hemoterapia de Stuart Hale Shakman, diretor executivo do Instituto de Ciências de Santa Mônica, CA.

Autohemotherapy - The Magic Shot?"
Stuart Hale Shakman

Enabling technological advance: The Hypodermic Needle
OVERVIEW, ACTION, SCOPE, FREQUENCY

The ability of the living body to combat infection is itself truly magical. Autohemotherapy may uniquely help the body perform this magic, by facilitating the identification of infective organisms in the bloodstream, and enabling the launching of a counterattack.

Autohemotherapy, referring here to the immediate intramuscular or subcutaneous reinjection of one's own blood, appears to comprise a compelling therapy option in the absence of others, one that may also merit replacing other (experimental and often risky) attempts at therapy currently in vogue. Since the introduction of this method by Ravaut in 1913 [*1], autohemotherapy has been employed in a wide range of disease conditions. Several hundred articles on the subject have been published in mainstream medical journals mostly from the early 1920s through the early 1940s, as listed in the various Index Medicus volumes (generally under the subject category "serum therapy"). Additionally, the subcutaneous or intramuscular reinjection of autologous blood or components is often discussed in the literature without specific reference to the term "autohemotherapy", as may be noted in a number of contemporary examples [*2].

Autohemotherapy is not "alternative therapy". Numerous items on the subject which have been published in the authoritative Journal of the American Medical Association, including a 1938 editor's endorsement of autohemotherapy against psoriasis [*3] and referral to its use against other diseases [*4], Autohemotherapy has also been proposed as a preventive measure. For example, a 1935 report of favorable results against cerebral hemorrhage asserted that autohemotherapy is absolutely indicated as preventive treatment in cases of established hereditary disposition to high blood pressure. [*5]

The reported beneficial action of autohemotherapy has been attributed to the presence of antigens in the blood [*6] which stimulate the production of antibodies when injected into the tissues. This explanation finds support in the work of Dr. E. C. Rosenow (Mayo Foundation, 1915-44), which established the presence of a causative organism or antigen in the blood [*7] during active stages of many diseases. Thus might the action of autohemotherapy be likened to that of an autogenous vaccine.

Intramuscular doses commonly discussed in the literature tend to fall within the 3 to 10 cc range. The safety and utility of a twice-weekly schedule has been demonstrated in the historical literature [*8], which schedule is in concert with Dr. Rosenow's twice-weekly administration of antigen and antibody for chronic diseases such as MS. As advocated by Dr. Rosenow in the case of MS, a responsible family member might be instructed in administering the therapy, insofar as it may have to be continued indefinitely. As Dr. Rosenow has emphasized, the continued presence of primary oral foci, undetected symptomless oral foci or inaccessible secondary foci would serve to ensure the continued presence of causative pathogens in the circulation. Under such circumstances, neither the vaccines of Dr. Rosenow nor autohemotherapy would be expected to effect elimination of the causative organism (which elimination might be equated to a "cure"), hence the indicated need for the continuation of therapy over an indefinite period of time.

Autohemotherapy's attributes of safety, low cost, and immediate availability suggest continuing potential utility against a broad spectrum of diseases in which a causative organism disseminates through the bloodstream, regardless of the source or identity of the causative organism - including the likes of malaria, ebola and AIDS. (An intramuscular form of autohemotherapy, as reportedly successfully used against malaria, has been already been proposed for AIDS [*9], as has an experimental alternate form [*10]) In cases where an inaccessible, persistent focus of infection does not exist, autohemotherapy may indeed be sufficient to effect a cure, and might therein comprise a "magic shot".

While autohemotherapy as a distinct entity enjoyed a well documented period of popularity during the first half of the 20th century, it also represents the culmination of a fundamental thread weaving through the healing arts for at least a few millenia. Such diverse traditional practices as bloodletting, acupuncture, coining and maxubustion, and modern-day plasmapheresis, innovations in bone marrow transplantation (use of autologous marrow; and use of stem cells from blood in place of marrow), and to some extent even autotransfusions - all involve the manipulation of one's own blood or blood-components and the possibility that benefits may at least in part be due to a forced defensive response within the body's tissues against harmful substances in the circulating blood. In this light, autohemotherapy may be viewed as simply the direct application of such a process, made possible by that grand technological advance the hypodermic needle.

Bibliography:
*1. Ravaut, M. Paul, "Essai sur L'Autohematotherapie dans
Quelques Dermatoses", Ann. De Derm. et Syph. 4:292-6, May
1913.

*2. Chiyoda S and T Morikawa, Japanese Journal of Clinical
Hematology, 1993 Jan, 34(1):39-43; Donskov SI, etal., Human
Immunology, 1982 Jul, 4(4):325-333; Khodanova, RN, etal,
Journal of Hydiene, Epidemiology, Microbiologyk and
Immunology, 1989, 33(4):463-9; Kwak, L.W., etal., New
England J. of Medicine, 1992 Oct 22, 327(17):1209-15;
Manucharov NK, etal., Biulleten Eksperimentalnoi Biologii i
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Pediatria Medica E Chirurgica, 1993 Jul-Aug, 15(4):349-52.
(ITA); Sokov EL, Zh Nevropatol Psikhiatr, 1988, 88(4):57-61;
van Laar, JM, etal. Journal of Autoimmunity, 1993 Apr.,
6(2):159-67; Vizcaino G, Diez-Ewald M; Arteaga-Vizcaino M,
Torres E, Invenstigacion Clinica, 1992, 33 (4):165-74.(SP)

*3. JAMA 111 (1938), Editorial, p. 343 38-1.HTM

*4. Jones, J.W., & M.S. Alden, South.M.J. 30: 735-737, July '37

*5. Colella, R & G Pizzillo, Ztschr.f.d.ges.Neurol.u. Psychiat.
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*6. Burgess, N., Brit.J.Dermat. 44: 124-131, March '32

*7. Rosenow, E.C., JAMA 44:871-873, (March 18) 1905, 871-3;
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Mayo Clinic 8:500-502 (Aug. 16) 1933 (with Charles Sheard
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April 21, 1937 (with Heilman, F.R.); Am. J. Clin. Path. 15:
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Postgrad. Med. 124-136, Feb. 1948; Postgrad. Med. 3: 367-
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South Dakota J. Med. and Pharm. 5: 243-248; 262; 272, Sept.
1952; South Dakota J. Med. and Pharm. 5: 304-310; 328, Nov.
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*8. Nicolas, Gate and Dupasquier, COMPT. REND SOC. DE BIOL.,
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MJ 75:352-355, April '39; Kondo, K. and H.,
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P.J. Richeson, U.S. Nav. M. Bull. 47:154-155, Jan.-Feb.,
1947; Poth, D.O., Arch. Dermat. & Syph. 69:636-638, Oct. 1949.

*9. Shakman, S.H., Cuyugan's Malaria Treatment; Aid vs.AIDS?"
AAAS Pacific Division Proceedings Vol. 7:42 (1988).

*10. Bocci V., Medical Hypotheses, 1992 Sep, 39(1):30-4.

The Autohemotherapy Reference Manual is now avalible through IOS http://www.i-o-s.org/books.html.

Copyright 1996 S H Shakman. All rights reserved.
First posted 1996; reposted 23 Nov. 1998.
Email: mail@instituteofscience.com

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Links sobre auto-hemoterapia e sua utilização em veterinária (neste caso, vamos descartar a possibilidade de 'placebo' ?):

- Contribuição à l'étude de l'autohemotherapie dans les maladies infectieuses du cheval, par Gerard de Saint-Aubert (1938. Médecine Vétérinaire, Mostaganem Thèse. Référence 14609-487. Editeur : F. Boisseau. Date de parution : 1938- Descriptif : In- 8°. Broché 93pp).

- La typho-anémie infectieuse du cheval. Etude clinique et essai de traitement par l'autohémothérapieautor : Henri Lamarre (Chaumont, imprimerie Andriot frères, 1925-69p, br. thèse vétérinaire pour l'école nationale vétérinaire d'Alfort. N°57 Cet ouvrage vous est proposé par la Librairie Marc Aubry.).

- L'autohémothérapie dans le traitement des affections cutanées non parasitaires du chien(Description du livre: 1923. N°23/382, Revue générale de médecine vétérinaire n°382 9 p - L'hypertrophie du thymus : la mort thymique 6 p - Cortico-surrénalome bénin : Adénome cortical surrénalien 2 p - Extraits et analyses 31 p. N° de réf. du libraire 7031410077361).

- Contribution à l'étude des métritres chroniques bovines : essai de traitement de l'endométrite chronique par l'autohémothérapie. Autor: Yann Duport. (Publisher: Lyon : École nationale vétérinaire de Lyon, 1979.OCLC: 53544269 Cite this Item ).

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Outros links:

- Uma referência, de 2003, de um texto do Jornal do Clube dos dermatologistas da Clínica de Gênova, Suiça, cita sem apontar a fonte, um estudo controlado contra o efeito placebo, feito na Inglaterra, sobre a auto-hemoterapia e sua utilização em dermatite nos seres humanos. Uma vantagem nos pacientes que não receberam o placebo foi notada e é à notar que havia, segundo o autor do artigo, um pequeno número de pessoas tratadas por este estudo, o que é muito significativo à nível de estatística. Cita-se tbém que a técnica fazia parte do arsenal médico nos anos 50 mas na atualidade muitos médicos a desconhecem completamente; todavia, o método sendo simples e econômico, ganha um lugar na medicina contemporânea sendo entretando necessários estudos sobre a análise do mecanismo de ação do mesmo.

Autohémothérapie pour la dermatite atopique: une étude contrôlée contre placébo
[Br J Dermatol 2003;148:307] .
Une sélection du journal-club pour le praticien de la Clinique de Genève/J.-H. Saurat

Il ne semble pas étonnant que l’autohémothérapie (c’est-à-dire le prélèvement du sang du patient au pli du coude et la réinjection par voie intramusculaire) revienne à la mode au temps des médecines non conventionnelles. C’est d’ailleurs un «department of complementary medicine» au Royaume-Uni qui a conduit cette étude. L’injection intramusculaire de sang autologue a été pratiquée une fois par semaine pendant 5 semaines. Un léger avantage pour les patients recevant le sang autologue par rapport aux patients recevant le placébo a été noté; bien que la différence soit très significative au plan statistique, il ne semble pas, à la lecture de l’article, qu’il s’agisse là d’une différence utile en pratique. En raison du petit nombre de sujets traités, la différence est cependant intéressante. L’autohémothérapie faisait partie de l’arsenal thérapeutique jusque dans les années 50 et nos jeunes collègues n’en ont, souvent, jamais entendu parler. Il n’est pas exclu qu’au temps où les traitements biologiques se développent, cette méthode simple et peu coûteuse retrouve une place; il faudrait néanmoins que son mécanisme d’action soit mieux analysé.

-Um livro raro de 29 páginas, de 1925, sobre casos de câncers tratados com a auto-hemoterapia, de autoria de Radovanovitch Tchédomir (Montpellier, França - Imprimerie Firmin et Montane - 1 volume in 8 broché - 29 p - Thèse du 27 Février 1925) :
Quelques Cas De Cancers Traités Par L'autohémothérapie

-Referência sobre um artigo nos Annales de Médecine et de Pharmacie Coloniales, 1938, n° 36, páginas 3 à 4, sobre a auto-hemoterapia e a úlcera tropical, de Menghetti Alfredo: L'autohémothérapie de l'ulcère tropical, aonde o autor cita que auto-hemoterapia induz uma paralisação na tendência destrutiva dos tecidos e uma reação geral do organismo através de uma estimulação imediata e eficiente de reparação celular.
Annales de médecine et de pharmacie coloniales
n° 36. - Paris : Imprimerie nationale, 1938.
Cote : 131132
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