Writing, Flying and Huevos Revueltos

August 04, 2008

O que eu espero senhores, é que depois 
de um razoável período de discussão
todo mundo concorde comigo.
(Winston Churchill).



Em Sonhos, à Procura da Desconhecida Kadath

Vou ler em fancês, La quête onirique de Kadath l'inconnue, do original The Dream-Quest of Unknown Kadath.

O louco do Lovecraft é um gênio... ou era...  Mas não! ele não passou, ele nao passará nunca, pois Ele é Lovecraft, e Lovecraft É um gênio na eternidade infinita! (engana-se quem pensa que é tautologia).

Vejam bem o homem: Randolph Carter sonha por três vezes de uma cidade. E a palavra é "maravilhosa" pois é a leitura que sua alma tem. Como nos meus sonhos, Carter sabe que a tal cidade já foi para ele de uma importância capital embora ele não se lembre como, onde ou porquê.  Indícios existem, mas tudo misturado com idéias de encarnação, suspeitas de sonho, ânsias de realidade e medo de loucura. Carter ignora. E a ignorância é a mãe da sabedoria, pois ele vai atrás depois que nasceu a curiosidade e a sede do saber. Ele ignora tudo, mas continua se embebedando com aqueles tremores de sentimentos e sensações indistintas que moram na sua alma.

Enfim, agora eu vou ter que ler o danado do livro porque peguei e pressenti, depois li o resumo e viajei, viajei, viajei tanto ... justamente porque parece a minha história e eu sou preguiçosa p escrever mas viro Randolph Carter e tenho todos os medos dele, porque a aventura é espetacular, assim como este mundo habitado por criaturas estranhas, desertos glaciais, mares furiosos, armadilhas inimagináveis e o humano no meio de toda esta agitação sem fim.

O autor:
H.P. Lovecraft (1890-1937) viveu recluso como alguém que conheci. E doente -esse eu conheço ainda-. Mas é considerado atualmente o maior escritor de Literatura Fantástica do século XX; estranhíssimo, hoje em dia ele seria vítima de bullying na escola,  descreve em suas obras um mundo inquietante aonde o ser humano, na maior parte das vezes impotente, luta para se defender de forças ominipresentes, caprichosas e egoístas (será que estão matando os Lovecrafts da vida colocando estas crianças para fazer terapia, ou é o contrário? Se existisse ritalin na época dele, nao existiriam todas as suas histórias!).

Uma espécie que gosta de inventar estórias

L'espèce
fabulatrice


«Para que serve inventar estórias se a realidade já é tão incrível ?».

O que eu li foi o seguinte: a mulher acusada de assassinato perguntou para a Nancy Huston, que respondeu. A resposta foi um ensaio que todo mundo está dizendo excelente, e que em francês se chama L'Espèce fabulatrice (Leméac/Actes Sud), aonde a escritora demonstra que a ficção pode estar na construção de uma identidade. 
Este também está na minha listinha para ler.... êta listinha grande!

"C'est ainsi que nous, humains, voyons le monde : en l'interprétant, c'est-à-dire en l'inventant. […] Sans l'imagination qui confère au réel un sens qu'il ne possède pas en lui-même, nous aurions déjà disparu, comme ont disparu les dinosaures." (N.H.).

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