Writing, Flying and Huevos Revueltos

February 18, 2007

Festa de Yemanjá e Oxum, no Rio Vermelho, no dia 02 de fevereiro

Festa de Yemanjá e Oxum, no Rio Vermelho, no dia 02 de fevereiro 2007.


Não, meu amor, depois de ter estado naquela loucura de Salvador durante 3 semanas inteiras, o meu carnaval já foi brincado em todo o seu eXplendor. Outra, é claro, vc sabe Dinha, sou filha de Oxum, né? E falando em Salvador, este ano estive na festa de Yemanjá e Oxum, no Rio Vermelho. E tirei fotos, que podem ser acessadas clicando daqui.

Vc sabe também que Oxum está em todas as ruas da cidade, os panos de sua saia acariciam o meu rosto pois ela traz-nos todas as coisas boas da vida.

Oxum é conhecida por seu amor por tudo que é belo, gostando de ambientes aquáticos que incluam homenagens com mel e dinheiro. Seu colar de búzios simboliza o conhecimento e o poder de adivinhação; suas filhas são as únicas mulheres no candomblé, talvez Umbanda, que lêm os oráculos pois ela é tida como a rainha das feiticeiras; com exceção dos filhos de Orumilá, os melhores olheiros de búzios, entre os homens, também são filhos de Oxum.

Oxum resume bem a poesia de Caetano Veloso, “gente é pra brilhar”, pois ela adora dançar e se divertir, mas tem também um lado muito sério, aquele em que é chamada de Grande Dama, como a Hécate grega; ela é a única divindade que fez todos os orixás, inclusive o grande Oxalá, se curvarem perante seu poder. "Sensual e muito sensível, ela pode ser facilmente ofendida. A maioria dos seus filhos encontram sua força total em todas emanações da deusa, pois ela é a deusa das feiticeiras, a Senhora do Pássaro da Noite". Guerreira, Oxum desenvolve seus princípios "animus", o que entre outros desperta-lhe um amor intenso pela liberdade, pela independência e autonomia, e assim, ela brigará e lutará para preservar estes valores, mas é através de seu espelho que brotará nela a consciência de si mesma e de sua sensualidade, ao ver sua imagem refletida; seu espelho sendo ao mesmo tempo um escudo de proteção e uma arma de ataque, que pode cegar ou aprisionar.

Conta a lenda que, em um tempo imemorial, Xangô tinha 3 esposas: a primeira delas era Oba, a segunda Yansã, e a terceira delas e a preferida era Oxum. Certo dia, enciumada da preferência de Xangô por Oxum, Yansã decidiu vingar-se e cheia de cólera investiu contra sua rival quando esta se banhava às margens de um lago, tendo apenas um espelho entre as mãos. Frente à ira arrebatadora da Rainha dos Raios, Oxum percebeu que o sol brilhava forte nas costas de sua agressora e rapidamente utilizou seu espelho para refletir os raios solares de forma a cegar Yansã, que percebendo a insensatez de seu gesto face à inteligência e força da Mãe das Águas Doces, pediu perdão conseguindo assim sua amizade.

Meus amores em Barcelona