Writing, Flying and Huevos Revueltos

October 02, 2005

My Dearest White Chick 2


When she arrived in Athens around 450 B.C., she contested gender prejudice by opening a school of rhetoric and philosophy that welcomed both men and women. Socrates claimed he learned from her the art of rhetoric.

My Dearest White Chick 1


Also Known as Doña Ana Souza or Nzinga, she was Queen of the N'dongo and Matamba kingdoms (east of Luanda), and assigned women important government offices. Nzinga organized a powerful guerrilla army, conquered the Matamba, and developed alliances to control the slave routes. She even allied with the Dutch, who helped her stop the Portuguese advancement. Two of her war leaders were reputedly her sisters, her council of advisors contained many women, and women were called to serve in her army. Lived (1581-1663).

Le sommeil des justes, et paresseux

Quel dommage! J’allais connaître le philosophe cette fin de semaine, mais il est parti pour l’Italie, il a eu un malentendu de ma part. Et en plus j’ai manqué le tournage d’un film dans lequel Dona Orpheline travail. L’on dirait que je dors, dors le sommeil des justes, et paresseux.

The Brazilian Cinema II

The Brazilian Cinema I

You can find it at "La Boite Noire"
Madame Satan
Madame Satã
Director: Karim Ainouz
Set mostly in the late 1920s and early 1930s, this is the true story of a flamboyant transvestite cabaret performer, street fighter, cook, prostitute, father to seven adopted children and outlaw Madame Satã.

You can find it at "La Boite Noire"
Behind the Sun
Abril Despedaçado

Directed by Walter Salles
The focuses on the plight of two clans condemned by the Law of Talion to seek retribution generation after murdered generation for the killing of past loved ones.

You can find it at "La Boite Noire"
Me, You, Them
Eu Tu Eles

Directed by:Andrucha Waddington
Based on a true story, comically depicts the relationship between an woman and her three husbands who live together at the same house.

Barren Lives
Vidas Secas

Director: Nelson Pereira dos Santos
This Brazilian Grapes of Wrath was instrumental in establishing the international reputations of the movement. "One of Latin America's most enduring masterpieces . . . The everyday is turned into the magical through the eyes of a true film poet" (Toronto I.F.F.).

The Given Word
O Pagador de Promessas

Director: Anselmo Duarte
Palme d'Or at Cannes in 1962 over such major works as Buñuel's The Exterminating Angel and Antonioni's The Eclipse. A moving tale of simple faith set against blind authority, a poor rural peasant who carries a heavy wooden cross for thirty miles.

Hour of the Star
A Hora da Estrela

Director: Suzana Amaral
Director Suzana Amaral raised nine children before deciding in her late thirties to become a filmmaker; Hour of the Star, her much-admired first feature, was made when she was 52. "one of the most remarkable movies in some time -- a witty, morbid, incandescent Brazilian film in which the hopeless story of a poor and barely literate working girl is alchemized into cinematic poetry" (Molly Haskell).

The Amulet of Ogum
O Amuleto de Ogum

Director: Nelson Pereira dos Santos
To entertain some thieves, a blind guitar player tells them the story of a man who allegedly had a "closed body", meaning that his body couldn't be hit by bullets or other weapons, by the wish of Ogum, one of the gods of Candomblé.

Tent of Miracles
Tenda dos Milagres

Director: Nelson Pereira dos Santos
Caustic critique of Brazil's "myth" of racial democracy. The forgotten story of a self-taught amateur anthropologist whose unusual theories of race mixing once earned him the enmity of Bahia's white elite.

Rio, 40 degrees
Rio 40 Graus
Director: Nelson Pereira dos Santos

"As important to Latin American cinema as Godard's A bout de souffle was to European film" (Toronto I.F.F.). The film follows five different peanut vendors from the slums as they make their way on a hot summer's day through five different regions of Rio.

In the Margin
A Margem

Director: Ozualdo Candeias
Ozualdo Candeias made this remarkably poetic work, his first feature, at the age of 45. Told with few words and a torrent of startling images, the film sets two surreal tales of tragic love along the slum-packed banks of Sao Paulo's Tietê river. "This atmospheric rendering of marginal existence is poetic filmmaking of great humanity and power" (Museum of Modern Art).

Vancouver's Pacific Cinémathèque
FIVE MASTERPIECES
Brazilian Cinema Promotion

K.S.
WINGS – WRITING, FLYING AND HUEVOS REVUELTOS
http://montrealswinds.blogspot.com

"O Silêncio do Mar", de Pierre Boutron





"Aprendi neste dia que uma mão pode, para quem sabe observar, refletir emoções tanto quanto o rosto, - tão bem e melhor que um rosto porque ela escapa mais facilmente ao contrôle da vontade."
VERCORS (Jean Bruller), Le silence de la mer, Albin Michel, Paris, 1952[1942].

Não adianta... tenho que dizer isso em português também porque comentei com amigos no Brasil e preciso esclarecer minha opinião. O filme de Pierre Boutron "O Silêncio do Mar" -apresentado por Eurochannel e TV5-, é uma genuína maravilha cinematográfica.

Adaptação de duas novelas de Vercors, o filme nos deixa uma lembrança durável não só pelo trabalho dos atores. Assisti-o na sua versão original, mas p/ quem não conhece o francês, não vejo outra forma de vê-lo que com subtítulos, esperando que a tradução seja feita por un conhecedor da obra do escritor. Deus queira que este filme NUNCA venha a ser dublado -o que seria certamente uma catástrofe-. Como ouvir o trabalho de Thomas Jouannet em alemão francófilo sendo transportado p/ uma outra língua?! Enfim, deixem-lhe o sotaque, mesmo se não der p/ entender nada, pois só assim a emoção que nos forneceu o grande jogo do ator será perceptível através da sua voz; os silêncios, assim como a voz trêmula da espera na emoção contida e a ondulação do sotaque alemão do oficial é essencial na história. Subtítulos, é a única solução!

Julie Delarme, no papel de Jeanne, recebeu vários prêmios por este seu primeiro trabalho num filme, mas é sobretudo Thomas Jouannet incarnando Werner, e no qual ele conseguiu insuflar uma profundidade perfeita e quase matemática, que nós compreendemos -captando a sensibilidade detrás de impercepitíveis olhares e gestos- o verdadeiro espírito da história.

Em todo caso, voilà l’histoire:
Num vilage francês, durante a Ocupação alemã, un oficial alemão francófilo requisita a casa de um velho e sua neta, todos dois apaixonados por música e literatura. Nós seremos assim de pouco à pouco introduzidos numa relação que vai se construindo através do silêncio resistente do avô e da neta face ao inimigo alemão que é portanto um esteta e como eles, músico. Ao desprezo dos dois ele responderá com uma perseverante e autêntica fome de belos sentimentos revelando em monólogos toda a nobreza de sua alma e suas indagações profundas e íntimas. Werner é um espírito que procura num mundo devastado pela ruína o contato de outros espíritos que ele sabe seus iguais e que, na sua tenacidade em quebrar este mutismo implacável, vai iniciar uma relação sustentada por seus próprios monólogos mas cuja intensidade dramática nos fará submergir no cotidiano complexo que vai sendo construído através de olhares, silêncios, gestos sutis, esperas e fascínios mútuos e contidos. Por patriotismo eles decidiram odiar este homem que apesar de representar o inimigo vai acariciar suas almas com afetuosos toques de humanismo.

Desligaremos a tevê e deixaremos o salão refletindo sobre a condição humana. Triste, a história contada nos ajuda a entender o quanto é raro o encontro de outros seres que se parecem conosco e graças aos quais nos surge o natural desejo de fusão, mas este contato entre seres que se complementam é fatalmente destruído pela insanidade do mundo exterior, no caso do filme o preconceito e a guerra. A existência de barreiras entre seres prontos à se comunicar, estabelecidas fora de suas vontades, é uma grande perda. É o senso do trágico da história.

No final, quando Werner von Ebrennac perde todas suas ilusões de um mundo fraternal, surgem as primeiras palavras que lhe são adressadas : -Entre, senhor… e mesmo sendo tarde demais ele ainda espera da neta uma palavra que virá num sussurro dilacerado de adeus e ao qual ele responde, ainda, por este pequeno sorriso quase imperceptível no canto da sua boca, os olhos transbordando de profundidade...
-adeus…


Nota: O Silêncio do Mar é uma história curta, publicada em 1942. O tele-filme, que está recebendo vários prêmios e com uma notoriedade de mais em mais presente, foi realizado com mãos de mestre por Pierre Boutron em 2004, escrito à partir de duas novelas de Vercors : "Le silence de la mer" e "Ce jour-là". Uma só questão: porquê um filme deste nível não pôde ser levado às grandes telas dos cinemas?