"Be it addressed to the eye, ear, or mind only; be it a song of Handel, a painting of Reynolds, or a verse of Shakespeare; if it " transport our minds beyond this ignorant present" , if it full us with consciousness of immortality, or the pride of knowing right from wrong, it is to us, to all intents and purposes, poetry. Nor is it anything uncommon in language to apply the term to these arts. We hear of the poetry of sculpture, the poetry of painting.”
J. Keble, Occasional Papers and Reviews (Oxford, 1877) p. 152-153
J. Keble, Occasional Papers and Reviews (Oxford, 1877) p. 152-153
As palavras de John Kebler, líder do Movimento de Oxford, refletem o pensamento de Julia Cameron. E resumem o seu trabalho. A poesia do mito, de acordo com Kebler, nos transporta, e inspira uma complexa associação de idéias ligadas à moral e à espiritualidade. Esta teoria foi defendida por David Hartley em Observation on Man, em 1749. Julia Cameron e seu marido, Charles Cameron, foram fortemente influenciados pela teoria de David Hartley; eles eram amigos de Henry Taylor, que mantinha relações estreitas com os escritores Coleridge e Wordsworth, e que também foram fortemente influenciados por Hartley. Charles Cameron escreveu, em 1824, um ensaio intitulado Essay on the Sublime and Beautiful.
Julia Cameron
Para muitos, sua técnica era imperfeita, mas é justamente esta 'imperfeição' que gera a poesia e a beleza das imagens de Julia, que começou a trabalhar com fotografia em 1863 e nomeia seu trabalho de 'Arte Divina'. Vaporosas, suas imagens têm uma 'nebulosidade' intencional que nos conduz à uma atmosfera romântica e mística de inspiração intemporal.
Leitora de Keats e de Tennyson, ela fazia parte de um grupo de pessoas que propunham questionamentos e reflexões sobre a poesia, literatura e arte em geral. Graças à sua técnica e tenacidade, Julia Cameron forneceu uma preciosa contribuição para a estética na arte fotográfica e seus trabalhos continuam inspirando artistas contemporâneos.
Mulher forte e dotada de un temperamento ardente, ela começou a trabalhar com a fotografia aos quarenta e oito anos. Com a sua família, suportava frequentemente dificuldades financeiras, mesmo tendo ajuda financeira de Lord Overstone, à quem escreveu : "... so, I suppose I must suppress my ambition and stop, but it is an art full of mystery and beauty... " .
(NOTA : Este texto é um extrato de um projeto universitário, 'HISTOIRE DE LA PHOTOGRAPHIE (1830 - 1940) - JULIA MARGARET CAMERON ET LES PRÉRAPHAÉLITES', escrito por mim, e que foi impresso em 1996 pela Université du Québec à Montreal. Cópias interditas, of course!).