Writing, Flying and Huevos Revueltos

October 21, 2006

Poesia do mito, uma complexa associação de idéias (2)

Hécate
Mágica, caótica, imprevisível, Hékate ensinava a alma a recordar suas vidas passadas, sendo uma divindade subterrânea, quer dizer, ctônica. As divindades ctônicas residiam abaixo da superfície da terra, concernadas com o básico da vida: fertilidade, parto, colheitas, destino e morte, faziam germinar e frutificar as possibilidades de tudo que é material ou abstrato.
O próprio Zeus, que portanto não se submetia à nenhum outro ser, rendia culto à Hécate, com quem compartilhava o poder de conceder ou reter os desejos humanos e os domínios do mundo. Deusa Tríplice, em trindade com Perséfone e Deméter, ela não reinava apenas sobre o mundo da magia e da morte, mas sobre tudo que dizia respeito ao nascimento, renascimento e renovação. Em algumas versões, ela era mãe de Scyylla, e filha de Perseu e Astéria; em outras, filha de Nyx, a noite profunda e antiga do inconsciente.
Sua origem remonta, historicamente, aos karianos da Ásia menor, chegando em Grécia no século 6 a.c. . Hekat, uma antiga palavra egípcia que significa "Todo o poder", pode ser a origem do nome Hécate. Em alguns lugares da Tessália, ela era cultuada sómente por mulheres, nas noites de lua cheia.
Os mitos gregos atribuem-lhe a concessão da prosperidade material, o dom da eloquência nos discursos, a vitória nos campos de batalhas, assim como o acesso à memória do Inconsciente Coletivo e das forças primitivas. Representada carregando torchas acessas cuja luz indica o caminho à seguir na vasta escuridão de nosso ser interior, acompanhada por espíritos e lobos que uivam, Hécate é a imagem invencível de uma guardiã do mundo subterrâneo que envia sabedoria intuitiva e sonhos proféticos p/ a humanidade. E visão inspirada aos artistas.