eu envio esta minha esperança que a humanidade evolua rapidamente
e páre de escravizar os seus,
permitindo que vcs vivam nos campos e em liberdade.
Quem me conhece, sabe, e mesmo aqui no blog eu já comentei isso : sou pragmática mas me recuso terminantemente à fazer coisas tais que tomar café em copo de papelão! Acho isso uma pobreza de espírito tão grande quanto andar com a roupa cheia de pêlos de animais! Já adivinharam, né?
... embora esse sentimento me envergonhe, p/ ser sincera é o primeiro que me aflora quando vejo alguém puxando/sendo puxado por/com uma colheira.
Enfim, p/ mim, este negócio de ter animal em salão... bom, pas de commentaires!
P/ outro lado, acho que só deveria ter animal dentro de casa a pessoa que fôsse capaz de não deixar pêlos nem odores no ar, o que, sejamos francos, a maioria dos mestres não percebem ou não se importam. Mas isso não modifica em nada a realidade pois o fato de terem cachorro e gato dentro de casa fede sim, e muito, em alguns casos dependendo da energia do animal e da falta de higiene do dono.
E este discurso que repete uma receita tão antiquíssima quanto deslavada que diz que quem "possede" um animal é por amor... por amor à si mesmo, né? Diga logo: auto-amor. Pois é, este tal discurso de "amor e dependência" criado pela indústria que comercializa e lucra com a escravagem dos animais, discurso repetido por pessoas ingênuas ou que preferem se passar por ingênuas, tira destes animais toda a chance de evoluírem. Imaginem se o ser humano tivesse que viver com uma coleirinha agradando um mestre omnipresente? Pois este tal de 'amor' = dependência do mestre em relação ao sofrimento e falta de opção do escravo". Isso me faz pensar à situação das mulheres em certas culturas que pronam a poligamia e explicam esse costume como uma oportunidade por um grande número de mulheres de terem um homem que se responsabilize materialmente por elas.
Mais uma vez... sans commentaires...
O pior é que o discurso da poligamia é defendido por pessoas inteligentes vindas desta culturas. Assim como o fato de posseder animais entre quatro paredes é defendido por pessoas inteligentes das culturas ocidentais. Enfim, a coisa é emocional demais p/ que se possa simplesmente fazer uso do seu bom senso. Mas justamente por reconhecer o quão emocional a coisa é, eu tenho abertura de espírito suficiente p/ admirar e continuar gostando de pessoas que, infelizmente, tenham estes costumes... aí incluo também o copo de papelão.
Tenho uma amiga que nasceu e cresceu no meio de obras de arte, algumas antiguidades mesmo do século XVI e, embora ela possa dormir em chão frio e suportar privações materiais, é muito difícil p/ ela comer em pratos que não sejam de porcelana fina; ela até come na falta, mas não é a mesma coisa, me confessou. Isso quer dizer que um pouco de espírito crítico não faz mal p/ ninguém, mesmo se temos as nossas preferências pessoais ditadas pelo meio ambiente ou pela cultura.
Basta constatar como está "aparecendo" nos animais doenças tais como diabetes e outras que eram apanágio dos seres humanos. Cachorros, gatos e quaisquer outros animais que puderem ser colocados entre quatro muros p/ "fazer compagnia", hoje em dia são obrigados a comer alimentos industrializados, tomar vacinas, operar p/não ter filhos ou p/ não latirem, ou p/ não ter rabo ou orelha longa, ou tirar as unhas, etc... enfim, suportam uma série de mutilações p/ facilitar a vida e garantir aos seus donos a certeza de "serem amados".
Outro dia vi um cachorro lindo, pequenininho, e com uma enorme tatuagem na barriga! Eu tremi perante a constatação da creatividade da maldade humana.
Mostrar afeição em troca de alimento é algo que os animais são obrigados à fazer devido à situação injusta na qual eles se encontram; eles são condicionados à isso. De verdade, este comportamente não é afeição nem amor, é dependência. Os animais domésticos dependem das pessoas p/ se alimentarem e terem um teto. Mas todo um esquema é desenvolvido e socialmente organizado ($$$$) p/ que suas liberdades sejam totalmente ignoradas e continualmente agredidas. Isso gera um círculo vicioso de dependência. Mas, se o animal doméstico pudesse ser livre e encontrar ele mesmo o seu próprio alimento, desenvolver em liberdade o seu comportamento e instintos naturais, ele não se mostraria tão disponível a mostrar afeição p/ as pessoas as quais ele é dependente. Ele, simplesmente iria embora, se pudesse escolher e se não tivesse sido condicionados à esta dependência e nem se não existisse todo este esquema organizado que poda continuamente os seus instintos primários.
Quando pessoas procuram afeição, a melhor coisa seria procurá-la entre outros seres humanos, pois existe uma desigualdade de direitos e situação em relação aos animais; é o ser humano que decide das regras, e esta situação é totalmente injusta p/ com os animais. A pessoa que ama realmente um animal, e se quizer realmente dar amor aos animais, ela não deveria pedir suas libedades em troca, muito menos pedir que eles mostrem afeição por elas.
O amor dá a liberdade. O amor não é sede de poder, nem aceitação do papel de dominador em uma relação. Como você pode dominar alguém que você ama? Como você pode fazê-lo dependente de uma situação tão injusta, e ainda chamar isso de amor, ou afeição?
P/ mim, as pessoas que têm animais precisam de controlar outros seres ou situações. Alguns, precisam também de se sentirem controlados. Nelas, o conceito de independência é inadmissível, então fazem de tudo para fazer o outro se sentir idêntico à elas mesmas, quer dizer, dependentes.
O ser livre escapa ao contrôle e é imprevisível. P/ estas pessoas é inadmissível de amar uma pessoa livre.
Essa procura ímpia atrás de "um pouco de sensação de ser amado por um outro ser" é o exato contrário do amor, sobretudo quando me lembro da Maia, uma cadela de olhar terno que eu conheci, tão cheia de amor... Este post eu dedico à ela e às pessoas que procuram conservar um pouco de dignidade no seu dia à dia mesmo se for só evitando cafézinho em copo de papelão, ou comendo em porcelana fina, ou dormindo embaixo de um piano Yamaha.
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